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Petrobras derruba Bovespa, que fecha janeiro com queda de 6%

Após ter ratings rebaixados pela Moody's, a estatal voltou a concentrar as perdas da bolsa, o que fez o Ibovespa fechar em queda


	Entrada da Bovespa: segundo dados preliminares, o Ibovespa teve queda de 1,84%
 (Hugo Arce/Fotos Públicas)

Entrada da Bovespa: segundo dados preliminares, o Ibovespa teve queda de 1,84% (Hugo Arce/Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2015 às 17h30.

São Paulo - A Petrobras voltou a catalisar as perdas da bolsa paulista nesta sexta-feira, após a estatal ter seus ratings rebaixados pela Moody's, contribuindo para que o Ibovespa ampliasse queda acumulada em janeiro.

A baixa do pregão não foi maior por conta da mineradora Vale e de ações de exportadoras, favorecidas pela alta da cotação do dólar ante o real.

Nesta sexta-feira, o Ibovespa teve queda de 1,79 por cento, a 46.907 pontos. No acumulado do mês, o índice perdeu 6,20 por cento e, na semana, caiu 3,83 por cento. O giro financeiro do pregão foi de 8 bilhões de reais.

As ações preferenciais da Petrobras recuaram 6,5 por cento, encerrando o pregão no menor nível de fechamento desde setembro de 2004, a 8,18 reais. A ação ordinária da companhia fechou no patamar mais baixo desde maio de 2004, a 8,04 reais. Desde a divulgação na quarta-feira dos resultados do terceiro trimestre sem as esperadas baixas contábeis relativas ao escândalo de corrupção, os papéis preferenciais da estatal perderam 19,6 por cento, ou quase 2 reais. No centro da investigação da operação Lava Jato da Polícia Federal, que a colocou em uma situação financeira delicada, a petroleira teve os ratings cortados pela agência de classificação Moody's na noite da véspera.

"Repercute a possibilidade da nota de crédito da empresa ser rebaixada à frente, e chegar a perder o chamado grau de investimento", disse a Guide Investimentos em relatório. As notas da companhia permanecem em revisão para rebaixamento adicional pela Moody's.

Ações de bancos também exerceram forte pressão de baixa no Ibovespa, cuja queda foi corroborada pela baixa das ações norte-americanas, em reação à desaceleração da economia dos Estados Unidos no quarto trimestre de 2014. O PIB dos EUA cresceu 2,6 por cento, em ritmo anualizado, no período.

A Oi caiu 10,57 por cento nesta sessão, e fechou o mês com queda acumulada de 42 por cento, a baixa mais expressiva do Ibovespa no período. O movimento desta sessão refletiu a aprovação pelo Conselho de Administração da endividada operadora de telecomunicações do cancelamento de política de remuneração aos acionistas.

No setor elétrico, diversas ações recuaram após estimativas iniciais do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontarem que as chuvas que devem chegar aos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste do país durante o mês de fevereiro serão de cerca de 52 por cento da média histórica. As chuvas verificadas no país em janeiro, com exceção das que ocorreram na região Sul, ficaram bem abaixo da média.

Na visão do especialista em renda variável Rogério Oliveira, da Icap Brasil, depois da perda de mais de 6 por cento em janeiro, o mercado deve continuar estressado com o noticiário negativo em fevereiro.

"Nada dá a entender que certos assuntos vão mudar em pouco tempo, seja o racionamento, seja a situação da Petrobras ou o preço menor do minério, que afeta a Vale", disse.

Os preços do minério de ferro no mercado à vista da China, maior destino das exportações da Vale, fecharam janeiro com a maior queda desde maio de 2013.

Neste pregão, contudo, a mineradora fechou em alta, com o mercado na expectativa de um anúncio sobre seu plano de pagamento de dividendos. Companhias exportadoras como Fibria, Embraer, BRF e Suzano também encerraram o dia no azul por conta da alta de quase 3 por cento do dólar ante o real na sessão.

O movimento se seguiu a declarações do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, indicando que não há intenção do governo de manter a moeda brasileira valorizada artificialmente.

*Atualizada às 18h30 do dia 30/01/2015
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