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Pequeno investidor prefere ações mais arriscadas, sugere pesquisa

Ações da Oi e Via estão entre as favoritas de investidores com até R$ 10.000 em ações

Jovem investidor: pequenos investem mais em ações com preços menores (Xavier Lorenzo/Getty Images)

Jovem investidor: pequenos investem mais em ações com preços menores (Xavier Lorenzo/Getty Images)

Publicado em 19 de fevereiro de 2023 às 08h36.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2023 às 08h42.

Investidores com menos dinheiro disponível tendem a dar preferência a ações mais arriscadas. Isso é o que sugere uma pesquisa feita pelo TradeMap a pedido da EXAME Invest com as dez ações mais investidas por tamanho de carteira. As com até R$ 10.000 em ações foram as que lideraram em volatilidade.

Nesse quesito, as carteiras com mais de R$ 100.000 reais ocuparam o extremo oposto, dando maior preferência a ações de menor volatilidade. Carteiras com mais de R$ 10.000 e menos de R$ 100.000 ficaram no meio termo.

A média da volatilidade histórica de 12 meses da carteira com até R$ 10.000 investidos foi de 46,88% -- mais que o dobro da do Ibovespa, de 21,59%, e 37% superior à dos investidores com mais de R$ 100.000 em ações.

Os números consideraram as carteiras cadastradas na plataforma e sincronizadas nos últimos 90 dias. 

A volatilidade da carteira com o menor valor investido foi puxada por Oi (OIBR3) e Via (VIIA3). As ações, com respectivas volatilidades de 107,25% e 73,90%, só estão entre as dez preferidas de investidores com carteira inferior a R$ 10.000. 

A classe é a mais numerosa da bolsa e também a que menos diversifica seu portfólio. Das contas com até R$ 10.000, 45% tem apenas um ticker na carteira, segundo dados da B3. Mais da metade, 60% tem dois ou menos. A baixa diversificação somada à concentração em ações mais voláteis aumenta ainda mais o risco desses investidores na bolsa. 

O próprio preço das ações pode ser um um fator determinante, afirmou Murilo Giovaneli, economista responsável pela área de dados econômicos do TradeMap. “As ações da Via e Oi, por exemplo, estão na casa dos R$ 2. Então, para comprar um lote padrão é necessário somente R$ 200. Uma ação como a da Vale (VALE3) custa cerca de R$ 80, sendo R$ 8.000 o lote padrão, o que pode ser inacessível para o pequeno investidor", afirmou.

A Vale, inclusive, só esteve entre as dez mais investidas nas carteiras com mais de R$ 100.000. O preço médio por ação das dez preferidas dessa classe de investidores é de R$34, segundo o TradeMap, 70% acima do de carteiras com até R$ 10.000.

Apesar das diferenças, a busca por empresas pagadoras de dividendos se mostrou um consenso, independentemente do valor investido. A Itaúsa (ITSA4), com frequentes distribuições de capital, lidera em participação em todas as classes de investidores. Taesa (TAEE11), BB Seguridade (BBSE3), Banco do Brasil (BBAS3) e Petrobras (PETR4), que pagaram dividendos robustos nos últimos anos, também estão no top 10 de todas as carteiras. 

Fugindo à regra ainda estão Weg (WEGE3) e Magazine Luiza (MGLU3), que embora tenham menor distribuição de capital, estiveram entre as mais investidas em todas as categorias. "Elas se tornaram 'queridinhas' da bolsa, após terem subido muito nos últimos anos", comentou Giovaneli.

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