Plataforma de petróleo da Petrobras: a demanda de investidores foi cerca de três vezes maior (US$ 15 bilhões) do que o captado, o equivalente a quase 3,8 bilhões (REUTERS/Bruno Domingos)
Da Redação
Publicado em 16 de janeiro de 2014 às 08h37.
Rio - O bombardeio sofrido pelas ações da Petrobras há mais de um ano recebeu uma resposta do mercado global de dívida com a captação de recursos concluída na Europa na terça-feira.
Para o diretor Financeiro da petroleira, Almir Barbassa, o resultado da operação, a maior já feita no velho continente por uma companhia de país emergente, é uma prova de confiança no futuro da empresa.
"Ficamos muito felizes com o resultado, a demanda foi extraordinária, o volume foi melhor do que estávamos almejando, o que contradiz um certo pessimismo que existe", disse o executivo. A demanda de investidores foi cerca de três vezes maior (US$ 15 bilhões) do que o captado, o equivalente a quase 3,8 bilhões.
Apesar de pagar taxas maiores do que em 2012, quando fez sua última captação no mercado europeu, Barbassa lembrou que as condições mudaram e as captações em geral estão mais caras para todas as companhias. A Petrobras fará pelo menos mais uma emissão de dívida no exterior até o fim do ano, em dólar, e não voltará mais ao mercado europeu em 2014.
A empresa não descarta buscar recursos também em outros países, como China, Japão e Canadá, caso haja condições de mercado favoráveis. Mas, de acordo com o executivo, esses mercados alternativos não se mostraram interessantes para a companhia até o momento. "A China não se mostrou ainda madura para as nossas necessidades", disse.
"As captações estão previstas no plano de negócios (referente ao período 2013-2017), não é novidade para ninguém. É um recurso que tem um destino muito positivo para a empresa, que ajudará a capacidade produtiva", disse.
Reajuste
Nesta quarta-feira, 15, as ações da estatal fecharam com alta expressiva, após a notícia publicada no site do jornal Folha de S. Paulo sobre possível reajuste de combustíveis em junho. As ordinárias (ON) terminaram em alta de 3,21% e as preferenciais (PN), a 2,17%.
Mas o Ministério de Minas e Energia (MME) divulgou nota no fim da tarde negando a informação e dizendo que pediria investigação do episódio por parte da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pelos efeitos no mercado. "Esse tema não foi tratado pelo governo federal e é privativo da Petrobras", disse o ministério em nota. Logo depois, a Petrobras fez o mesmo: disse, em nota, que "não existe decisão para o aumento dos preços de gasolina e diesel".
Em sentido contrário, contou contra a estatal durante o pregão a divulgação das reservas provadas, que cresceram apenas 0,8% em 2013 em relação a 2012, para 16,565 bilhões de barris de óleo equivalente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.