Mercados

PANORAMA3-Irlanda e China disparam aversão a risco nos mercados

SÃO PAULO, 12 de novembro (Reuters) - Temores cada vez mais concretos de que a Irlanda precisa de ajuda para sanar sua crise de dívida e sinais de que a China pode tomar medidas para reduzir o consumo deflagraram uma onda de aversão a risco que golpeou bolsas de valores e as commodities nesta sexta-feira. […]

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2010 às 17h53.

SÃO PAULO, 12 de novembro (Reuters) - Temores cada vez mais
concretos de que a Irlanda precisa de ajuda para sanar sua
crise de dívida e sinais de que a China pode tomar medidas para
reduzir o consumo deflagraram uma onda de aversão a risco que
golpeou bolsas de valores e as commodities nesta sexta-feira.

O recrudescimento das preocupações com a saúde fiscal
irlandesa fez os custos de captação do país alcançarem máximas
recordes nesta semana. Dublin nega que negociações sobre um
eventual socorro estejam em curso, mas fontes do governo
confirmaram as conversas à Reuters [ID:nN12159057].

Não bastasse isso, o mercado teme que países como Portugal
e Espanha possam apresentar problemas semelhantes, elevando os
prospectos de ajuda também para essas nações.

Com esse pano de fundo, o euro chegou a tocar a mínima em
seis semanas ante o dólar. Mas declarações de autoridades
garantindo que detentores de títulos irlandeses não verão baixa
em seus papéis permitiram a partir da tarde algum respiro à
moeda única da região.

A recuperação do euro abria espaço para a baixa do dólar
ante outras moedas . Ainda assim, as matérias-primas
experimentaram um dia de pesadas quedas, depois que a China
voltou a dar sinais de que poderá elevar o juro. Na leitura de
investidores, a medida esfriaria o consumo, o que reduziria a
demanda por commodities.

Foi o suficiente para que o petróleo despencasse mais de 3
por cento. A baixa do óleo provocou uma reação em cadeia nas
matérias-primas: em Nova York, o açúcar bruto registrou
o maior tombo em oito anos, enquanto soja e milho
tiveram limite de baixa em Chicago.

O recuo generalizado das commodities golpeou em
cheio as ações ligadas a esse segmento nas bolsas de Nova York
e de São Paulo.

O ambiente negativo fazia o índice de volatilidade VIX
disparar quase 10 por cento, no maior nível em mais de
uma semana.

Na Bovespa, destaque para a baixa de 3,3 por cento da blue
chip Petrobras . Investidores não se agradaram com o
lucro da estatal no terceiro trimestre, abaixo das expectativas
[ID:nN1292565] [ID:nN12119009].

Na ponta de cima, as ações da Gol subiram 1,6
por cento, após a companhia aérea divulgar um salto superior a
40 por cento em seu lucro líquido no trimestre passado
[ID:nN12266638].

A maior aversão a risco levou o dólar a subir ante o real
após operar no vermelho pela manhã. As projeções de juros
caíram na BM&FBovespa, em meio à alta menor que o esperado do
IGP-M e à percepção de que as vendas no varejo indicaram alguma
acomodação na atividade econômica [ID:nN1263191]
[ID:nN1281670].

O mau humor dos mercados se dava ao fim do encontro entre
líderes do G20 na Coreia do Sul. Ao longo de dois dias, as
autoridades das 20 principais economias do mundo chegaram
apenas a um acordo sem grandes detalhes, dando poucos sinais de
algum alívio nas tensões cambiais [ID:nN12101477].

Veja como fecharam os principais mercados nesta
sexta-feira:

CÂMBIO

O dólar terminou a 1,724 real, em alta de 0,29 por cento
frente ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa recuou 1,16 por cento, para 70.367 pontos. O
volume financeiro na bolsa foi de 6,16 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros perdia 1,96 por
cento, a 35.421 pontos.

JUROS

O DI janeiro de 2012 apontou 11,52 por cento ao ano no call
das 16h, ante 11,57 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3700 dólar,
ante 1,3655 dólar no fechamento anterior.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, recuava a 139,125 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,264 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil cedia 4 pontos, para 171 pontos-básicos. O
EMBI+ recuava 4 pontos, a 238 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

A alguns minutos do fechamento, o índice Dow Jones
caía 0,84 por cento, a 11.188 pontos; o S&P 500 perdia
1,20 por cento, a 1.198 pontos, e o Nasdaq tinha queda
de 1,42 por cento, a 2.519 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo
registrou baixa de 2,93 dólares, ou 3,34 por cento, a 84,88
dólares por barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, caía, oferecendo rendimento de 2,7708
por cento ante 2,648 por cento no fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Por José de Castro; Edição de Aluísio Alves)

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