SÃO PAULO, 9 de setembro (Reuters) - Dados macroeconômicos
nos Estados Unidos ampararam leve valorização nos principais
mercados financeiros nesta quinta-feira, apesar de algum receio
com o sistema bancário europeu.

No Brasil, a ata da última reunião do Comitê de Política
Monetária (Copom) concentrou as atenções, principalmente do
mercado de DI, com queda nas projeções futuras de juros.

No documento, considerado pelo mercado com "dovish", o
Banco Central destacou que "a convergência da inflação para o
valor central da meta tende a se materializar", apesar de
reconhecer que há riscos de alta no curto prazo.

O BC frisou também que os efeitos do cenário externo sobre
a economia brasileira são desinflacionários e que "as
estimativas mais pessimistas sobre o nível atual da taxa de
juro real neutra tendem, com probabilidade significativa, a não
encontrar amparo nos fundamentos" [ID:nN09217576].

As taxas reagiram ainda à discreta alta de 0,04 por cento
no IPCA em agosto, menos que as estimativas apontando acréscimo
de 0,09 por cento. Com isso, o índice acumulado em 12 meses
está em 4,49 por cento --inferior à meta central de 4,5 por
cento--, após ter atingido o pico de 5,26 por cento em março.

Do mercado acionário, a Bovespa subiu na cola de Wall
Street, mesmo com mais um dia de queda da blue chip Petrobras
. O dólar, por sua vez, sustentou a sétima baixa
consecutiva contra o real --a despeito da dupla atuação do BC
no mercado de câmbio à vista--, com o mercado atento às
perspectivas de mais ingressos no curto prazo.

Em Pernambuco, o ministro da Fazenda, Guido Mantega,
reiterou que governo tomará as medidas necessárias para evitar
uma valorização "excessiva e indevida" do real.

No exterior, a queda nos pedidos de auxílio-desemprego e no
déficit comercial, ambos nos EUA, garantiam um dia positivo
para os mercados, mesmo com alguma cautela por temores com a
saúde de bancos europeus.

O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados
Unidos cai 27 mil, totalizando 451 mil com ajuste sazonal, o
menor nível em dois meses.

Já o déficit comercial no país encolheu 14 por cento em
julho, para 42,8 bilhões de dólares, nível menor que o saldo
negativo de 47,3 bilhões esperado pelos mercados
[ID:nN09147593].

Na pauta corporativa doméstica, o Grupo Pão de Açúcar
informou que prevê vendas brutas para a Nova Globex,
formada a partir da união das operações do Ponto Frio e da
Casas Bahia, superiores a 20 bilhões de reais em 2011. O grupo
acrescentou que as sinergias capturadas com a fusão devem ficar
entre 510 milhões e 850 milhões de reais por ano, a partir de
2011 [ID:nN09175391].

Veja como terminaram os principais mercados nesta
quinta-feira:

CÂMBIO

O dólar fechou a 1,723 real, em queda de 0,12 por cento em
relação ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa subiu 0,33 por cento, a 66.624 pontos. O volume
financeiro na bolsa foi de 4,87 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros avançou 0,31 por
cento, a 32.849 pontos.

JUROS

O DI janeiro de 2012 apontava 11,27 por cento ao ano no
call das 16h, ante 11,36 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,2694 dólar, ante
1,2720 dólar no fechamento anterior nas operações
norte-americanas.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, caía para 136,313 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 3,010 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil cedia 11 pontos, a 214 pontos-básicos. O
EMBI+ recuava 13 pontos, a 278 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

O índice Dow Jones subiu 0,27 por cento, a 10.415
pontos, o S&P 500 ganhou 0,48 por cento, a 1.104 pontos.
O Nasdaq Composite teve alta de 0,33 por cento, aos
2.236 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo com vencimento mais curto
caiu 0,42 dólar, ou 0,56 por cento, a 74,25 dólares por
barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, recuava, oferecendo rendimento de 2,7570
por cento ante 2,654 por cento no fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Por José de Castro; Edição de Aluísio Alves)