São Paulo e Rio - A operadora de telefonia Oi anunciou na terça-feira a saída de Francisco Valim da presidência da companhia, apenas um ano e meio após assumir o cargo.

Interinamente, a empresa será comandada por José Mauro Carneiro da Cunha, que até então presidia seu conselho de administração. Com a troca no comando, a grande dúvida entre os investidores é se as metas de resultados traçadas no ano passado continuam válidas. O plano original previa investimentos de R$ 24 bilhões até 2015.

A mudança abrupta gerou incertezas sobre a condução dos negócios, o que derrubou as ações da Oi. Os papéis preferenciais terminaram no topo do ranking das maiores perdas do Ibovespa (o índice da Bolsa de Valores de São Paulo), com desvalorização de 7,93%.

Desde segunda-feira, quando começaram os rumores sobre a destituição do executivo, a Oi perdeu R$ 1,7 bilhão em valor de mercado, um tombo de 11,2%. Segundo cálculos da empresa de informações financeiras Economática, na terça-feira a companhia valia R$ 13,6 bilhões, ante R$ 15,4 bilhões na sexta-feira.

Tudo indica que a saída de Valim foi motivada por desentendimentos com os acionistas controladores da Oi nos últimos meses. O motivo seria um resultado abaixo das expectativas em 2012 e orçamentos inflados. O balanço será divulgado ao mercado em 18 de fevereiro, mas, com toda a repercussão negativa da saída do executivo, alguns números já foram antecipados.

As metas para o ano passado eram consideradas agressivas: investimentos de R$ 6 bilhões, uma receita líquida de R$ 28,9 bilhões, Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 8,8 bilhões e a distribuição de R$ 3 bilhões em dividendos.

Valim assumiu a Oi em 2011, substituindo Luiz Eduardo Falco, que presidiu a companhia por dez anos. Sob seu comando, a companhia conseguiu finalmente levar a cabo sua reorganização societária, após seis anos de tentativas. Com a operação, o grupo reduziu de três para uma empresa listada em bolsa.