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Odebrecht Ambiental planeja IPO em 2015

O presidente-executivo da Odebrecht Ambiental, Fernando Santos-Reis, disse que os fundos levantados serão usados para novos investimentos e aquisições.


	Odebrecht: o maior grupo de engenharia da América Latina tem 70% da Odebrecht Ambiental
 (Eduardo Moody / Divulgação)

Odebrecht: o maior grupo de engenharia da América Latina tem 70% da Odebrecht Ambiental (Eduardo Moody / Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2014 às 15h49.

Paris - A Odebrecht Ambiental, parte do conglomerado Odebrecht, planeja listar algumas de suas ações no próximo ano ou em 2016, em um momento em que busca crescer para se tornar uma fornecedora global de água e tratamento de esgoto.

O Grupo Odebrecht, maior grupo de engenharia da América Latina, tem 70 por cento da Odebrecht Ambiental e o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) tem os 30 por cento restantes.

"Estamos planejando um IPO (oferta pública inicial de ações) para 2015, no mais tardar até 2016, dependendo das condições de mercado", disse o presidente-executivo da Odebrecht Ambiental, Fernando Santos-Reis, à Reuters em uma entrevista em Paris nesta sexta-feira.

Ele disse que os fundos levantados serão usados para novos investimentos e aquisições.

Santos-Reis acrescentou que o Grupo Odebrecht quer manter o controle majoritário e que o FI-FGTS ainda não tinha decidido se venderá parte de suas ações.

No ano passado, o FGTS avaliou a Odebrecht Ambiental em 6,4 bilhões de reais (2,7 bilhões de dólares) em suas contas, o que significaria que um IPO de 25 por cento do capital da empresa - um nível visto frequentemente em listagens iniciais no Brasil - poderia levantar cerca de 700 milhões de dólares.

A empresa - que emprega sete mil funcionários - conversou com alguns bancos sobre a operação, mas ainda não concedeu nenhum mandato.

Nenhuma nova listagem foi realizada na Bovespa desde dezembro de 2013 e o mercado de IPOs no Brasil está caminhando para seu pior ano em pelo menos uma década.

Mas especulações de que a presidente Dilma Rousseff possa perder a eleição de outubro para um oponente com políticas consideradas mais amigáveis ao mercado tem impulsionado ações brasileiras e ampliado o interesse em novas listagens de ações.

AMBIÇÃO GLOBAL

Com cerca de 20 milhões de pessoas atendidas por sua divisão de água e esgoto, a Odebrecht é uma das dez maiores empresas de água do mundo, mas a maioria de seus clientes está no Brasil.

A Odebrecht já tem presença em Angola, México e Estados Unidos e está considerando fazer uma proposta por uma concessão em Maputo, em Moçambique.

"Na próxima década, queremos fazer uma empresa de água global baseada na América Latina", disse Santos-Reis. A Odebrecht Ambiental já é a maior empresa de água e esgoto privada do Brasil.

Do lado internacional, a Odebrecht ainda tem que alcançar rivais em alguns pontos. Em 2013, as líderes do mercado global Veolia e a Suez Environment atenderam 124 milhões e 118 milhões de pessoas, respectivamente, das quais 80 a 90 por cento no exterior, segundo a Global Water Intelligence (GWI).

No Brasil, que tem uma população de cerca de 203 milhões de habitantes, cerca de 80 por cento do mercado de água ainda está nas mãos de governos.

Do restante, a Odebrecht tem uma participação de mercado de cerca de 50 por cento após comprar uma série de rivais menores nos últimos anos. Seus competidores locais incluem o Grupo Águas do Brasil, Aegea e CAB Ambiental.

A empresa também compete com a Sabesp, quarto maior grupo de água e tratamento de esgotos do mundo, atendendo quase 29 milhões de clientes, segundo a GWI.

No ano passado, a Odebrecht Ambiental teve lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 450 milhões de reais e receita de 2,8 bilhões, dos quais 50 por cento vieram de serviços de água e esgoto municipais, 30 por cento de tratamento de efluentes industriais e 20 por cento de resíduos sólidos.

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