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O que esperar do real em 2022? Resposta pode estar na China

Moeda da segunda maior economia do mundo se torna mais determinante para cotações de emergentes em meio ao seu peso crescente no comércio exterior

O yuan, a moeda chinesa, ganha peso na cotação de seus pares emergentes | Foto: AFP (Frederic J. Brown/AFP)
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Bloomberg

Publicado em 26 de dezembro de 2021 às 08h15.

A moeda chinesa, o yuan, demonstra o maior impacto até hoje sobre as moedas de países emergentes e pode ter papel crucial em seu desempenho em 2022.

A correlação entre o yuan e um índice da MSCI que acompanha moedas de nações em desenvolvimento bateu recorde em setembro, antes do leve recuo diante do avanço da variante ômicron, segundo dados da Bloomberg.

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Embora a relação próxima seja parcialmente atribuída ao grande peso da China, segunda maior economia do mundo, o movimento também é impulsionado pelo fato de o yuan ter alcançado sua mais forte correlação com a moeda brasileira desde pelo menos 2008. No caso da rúpia indiana, a relação atingiu o maior nível em três anos.

A crescente influência global do yuan é mais um sinal do aprofundamento das conexões da China com a economia mundial.

Os investidores estão cada vez mais interessados nos títulos chineses como alternativa aos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, enquanto alguns bancos defendem que o yuan se junte ao dólar, euro e iene como moeda de reserva global.

No entanto o potencial da China é ofuscado por políticas governamentais obscuras e repressão regulatória. Assim, um vínculo muito estreito com o yuan pode trazer riscos.

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“A China será um elemento muito importante para a estabilidade dos países emergentes e para o panorama de crescimento”, disse Magdalena Polan, principal economista da PGIM em Londres.

“A disposição das autoridades chinesas de estabilizar o crescimento será muito importante para as perspectivas de América Latina, Ásia e África do Sul, que ainda dependem muito das exportações da China.”

A correlação entre o yuan e seus pares no MSCI Emerging-Markets Currency Index subiu para 0,81 em setembro em bases semanais, vindo de 0,24 no fim de 2010, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A correlação estava em 0,72 na quinta-feira, dia 23. O resultado 1 significaria que os ativos se movimentam em total sincronia.

Embora as correlações possam ser medidas de várias maneiras, a presença crescente da China no comércio global vem fortalecendo os vínculos entre o yuan e seus pares em mercados emergentes.

Em 2000, uma nação em desenvolvimento média enviava apenas o equivalente a 2,2% de suas exportações para a China, enquanto hoje essa parcela está em 11,3%, segundo dados do francês Société Générale.

Para o banco de investimento, a relativa estabilidade do yuan o torna mais estreitamente correlacionado com moedas de países emergentes onde os governantes têm mais força e credibilidade, como México, Chile e Coreia do Sul.

No entanto, desde a guerra comercial entre EUA e China em 2018, as ligações do yuan com os emergentes como um todo ficaram mais firmes, com a correlação média avançando para 83% naquele ano, de acordo com dados do SocGen.

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