No radar: Fechamento de fronteiras derruba bolsas na Europa; petróleo cai 5%
Medidas de restrição à circulação trazem de volta temor de retração na economia e se sobrepõe à notícia de aprovação de pacote de US$ 900 bi nos EUA
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2020 às 05h45.
Última atualização em 21 de dezembro de 2020 às 07h49.
A semana do Natal começa com notícias de preocupação sobre variações do novo coronavírus e as medidas de fechamento de fronteiras que podem significar uma nova retração das maiores economias do mundo. No domingo, diferentes países, como Alemanha e França, anunciaram que vão barrar viajantes vindo do Reino Unido, onde a mutação do vírus foi detectada primeiro.
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As bolsas europeias operam em queda nesta segunda-feira, enquanto o petróleo despenca 5,42% -- se a atividade recuar nas maiores economias, a demanda também irá se retrair. Veja os desempenhos dos indicadores às 7h15 (de Brasília):
- FTSE 100 (Londres): -1,89%
- DAX (Frankfurt): -2,69%
- CAC 40 (Paris): -2,85%
- Euronext 100: -2,56%
- S&P 500 futuro: -1,21%
- Dow Jones futuro: -1,06%
- Nasdaq futuro: -0,55%
- Ibovespa futuro: -0,32%
- Petróleo: -5,42%
As notícias da Europa podem se sobrepor ao noticiário positivo na maior economia do mundo: depois de meses de impasse, republicanos e democratas chegaram a um acordo no fim deste domingo, 20, sobre um novo pacote de 900 bilhões de dólares em estímulos fiscais nos Estados Unidos.
A medida dá um fôlego extra a milhões de americanos afetados pela crise econômica causada pelo novo coronavírus e pode também, por tabela, beneficiar empresas americanas e investidores nos mercados globais.
Veja a seguir notícias para ficar de olho nesta segunda-feira, 21:
Mutação do vírus assusta Europa
As notícias sobre a mutação do novo coronavírus agravando a segunda onda no Reino Unido devem continuar a ser o foco das atenções de investidores nesta segunda, em contraposição às notícias positivas sobre a vacinação. No domingo, Alemanha, Itália, Holanda e França anunciaram que vão barrar viajantes vindos do Reino Unido, em uma ação preventiva para tentar conter o novo avanço da doença.
Pacote fiscal nos EUA
O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, e o líder da minoria democrata na casa, Chuck Schumer, anunciaram no fim da tarde do domingo o acordo para o pacote e novo orçamento para 2021 dos Estados Unidos.
A nova medida de ajuda deve ser votada nesta segunda e prevê o pagamento de 600 dólares a americanos afetados pela pandemia e um adicional de 300 dólares semanais a quem recebe o seguro-desemprego. O pacote também prevê 300 bilhões de dólares em ajuda para pequenas empresas impactadas pela crise.
Recorde adiado no Ibovespa e em Nova York?
Os índices futuros do S&P 500, do Dow Jones e da Nasdaq estão em queda na manhã desta segunda, depois de operarem em alta na noite de domingo, 20, na esteira do anúncio do novo pacote de estímulo. Na sexta, os três índices chegaram a registrar o recorde histórico intradiário antes de fecharem em queda.
No Brasil, o Ibovespa continua em patamar muito próximo do recorde nominal histórico: o índice fechou na sexta aos 118.023,67 pontos, a apenas 1,27% de igualar a marca de 119.527,63 pontos do início do ano, em 23 de janeiro. Na última sexta, o Ibovespa chegou a superar a marca de 119.300 pontos no fim da manhã, antes de perder terreno.
Estreia da Tesla no S&P 500
A maior fabricante de carros elétricos do mundo protagoniza a maior estreia de uma companhia na história do S&P 500, o índice de ações mais abrangente das bolsas americanas. A Tesla vai estrear respondendo por 1,69% da composição do índice, o sexto maior peso individual, atrás apenas . Fundos e ETFs que seguem o S&P 500 terão que comprar ações da Tesla para recalibrar seus portfólios, o que deve impulsionar ainda mais as cotações no curto prazo.
Analistas dizem esperar que a entrada da companhia traga mais volatilidade ao índice, dado o próprio retrospecto da companhia, cuja ação começou o ano a 80 dólares e foi negociada a 695 dólares no fechamento da última sexta. O P/L (múltiplo que mede o preço da ação pelo lucro por ação) está em cerca de 150 vezes, muito acima do apresentado por big techs como Apple e Alphabet (a holding do Google).