No radar: Avanço da pandemia, ata do Copom e o que mais move os mercados
Índices de ações na Europa caem com novos lockdowns e futuros americanos também operam em baixa
Beatriz Quesada
Publicado em 23 de março de 2021 às 07h10.
Última atualização em 23 de março de 2021 às 07h57.
Quadro geral do dia às 7h05:
- STOXX600 (Europa): -0,45%
- Dow Futuro (EUA): -0,42%
- S&P Futuro (EUA): -0,42%
- Nasdaq Futuro (EUA): -0,28%
- Rendimento dos títulos americanos de 10 anos cai 0,042% e chega a 1,64%
As bolsas globais operam em queda nesta terça-feira, 23, com o avanço de uma terceira onda da pandemia atingindo a Europa e promovendo novos lockdowns no continente.
O índice pan-europeu STOXX600 recua após a chanceler Angela Merkel ter anunciado a extensão do confinamento até 18 de abril e apelado aos cidadãos para que fiquem em casa durante os cinco dias de recesso da Páscoa. O número de novos casos Covid-19 na França também cresceu, mesmo com o início de um terceiro lockdown em algumas regiões do país na última sexta-feira, 19.
Nos Estados Unidos, os índices futuros de ações negociam em queda nesta manhã, em um movimento de realização após baterem recordes no pregão da véspera. O mercado americano foi favorecido ontem pelo recuo do rendimento dos títulos americanos de 10 anos -- taxa usada como medida de expectativa para a inflação nos EUA. O movimento impulsionou as ações de tecnologia, levando o índice Nasdaq a uma alta de 1,23% ontem.
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Os ganhos nos EUA enfraqueceram os papéis de tecnologia na Ásia e mantiveram as bolsas do continente no terreno negativo nesta terça-feira, apesar da estreia da gigante chinesa de buscas Baidu no índice Hang Seng, de Hong Kong. A Baidu, que já é listada nos Estados Unidos, viu suas ações ficarem estáveis em seu primeiro pregão na bolsa asiática.
Veja abaixo os principais fatos desta terça-feira:
Ata do Copom
O Comitê de Política Monetária ( Copom ), do Banco Central, divulga hoje, às 8h, a ata da reunião que elevou a taxa básica de juros de 2% para 2,75% na última quarta-feira, 17. O Copom já indicou em comunicado que deve fazer um novo aumento da Selic também de 0,75 ponto percentual já no próximo encontro, em maio. Investidores devem ficar alertas a novas indicações do rumo da política econômica divulgados na ata.
Jerome Powell e Janet Yellen vão à Câmara dos EUA
Às 13h, o presidente do Federal Reserve ( Fed ), Jerome Powell , e a secretária do Tesouro, Janet Yellen, farão sua primeira aparição conjunta perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Estados Unidos. O objetivo do encontro é discutir como o banco central americano e o Tesouro estão respondendo à pandemia.
Em comentários preparados publicados antes da audiência, Powell observou que a recuperação está ganhando força, antes de acrescentar que ainda há um longo caminho a percorrer. “A recuperação está longe de ser completa, então, no Fed, continuaremos a dar à economia o apoio de que ela precisa pelo tempo que for preciso”, afirmou em nota.
Indicadores da economia americana
Os Estados Unidos divulgam às 11h o número de vendas de novas casas em fevereiro -- a estimativa é de 870 mil negócios contra 923 mil vendas em janeiro. Powell sinalizou que o Fed irá observar com lupa os dados de curto prazo da economia americana, então diversas divulgações consideradas secundárias passam a entrar no radar dos investidores.
No entanto, todas as atenções estão concentradas para o resultado de amanhã, em que será divulgado o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA. A expectativa é de manutenção da alta de 4,1% divulgada anteriormente.
Pandemia afeta a bolsa
O Ibovespa recuou 1,07% na segunda-feira, 22, repercutindo o avanço descontrolado da pandemia no país somado a uma aversão a risco no exterior após a demissão do presidente do banco central da Turquia.
Por aqui, o Brasil ultrapassou ontem a marca de 12 milhões de casos de Covid-19, segundo o Ministério da Saúde. Foram 1.383 novos óbitos, o que eleva o total de vítimas fatais da doença no país a 295.425.
Confiança do consumidor
No Brasil, a FGV divulga às 8h o índice de confiança do consumidor para março. Em fevereiro, o índice subiu 2,2 pontos, para 78 pontos, após quatro meses de perdas consecutivas.