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Netflix dispara mais de 10% após número de assinantes voltar a crescer

Crescimento do número de assinantes foi mais que o dobro do projetado pela companhia

Netflix: crescimento do número de assinantes fica em 2,4 milhões no trimestre (Gabby Jones/Bloomberg)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 19 de outubro de 2022 às 08h52.

Última atualização em 19 de outubro de 2022 às 10h42.

As ações da Netflix saltam mais de 10% na Nasdaq nesta quarta-feira, 19, com investidores reagindo ao balanço do terceiro trimestre, divulgado na última noite. Os números da companhia de streaming superaram as estimativas do mercado -- e dela própria -- em praticamente todas as frentes.

Um dos principais destaques foi o aumento do número global de assinantes, que vinha de dois trimestres consecutivos de queda. No terceiro trimestre, foram adicionados mais 2,4 milhões de assinantes à plataforma, superando em mais de 100% a projeção da própria Netflix para o período, que era de 1 milhão de novos usuários pagantes.

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"Após um primeiro semestre desafiador, acreditamos que estamos no caminho para reacelerar o crescimento. A chave é agradar os membros. Quando nossas séries e filmes empolgam nossos membros, eles contam para seus amigos, e então mais pessoas assistem, se juntam e ficam conosco", afirmou a Netflix em balanço.

O maior crescimento do número de assinantes se deu na região da Ásia-Pacífico, com adição líquida de 1,4 milhões de usuários. A menor adição líquida foi nos Estados Unidos-Canadá com o aumento ficando na casa de 100.000 membros. A região norte-americana, por sinal, deixou de ser o maior mercado da Netflix no trimestre. O posto passou a ser ocupado pela região EMEA (Europa, Oriente Médio e África), com 73,53 milhões de usuários contra 73,39 milhões nos Estados Unidos Canadá.

"Se no trimestre passado a empresa havia ressaltado as dificuldades de crescimento decorrentes de um ambiente mais competitivo e do compartilhamento de contas, neste, a Netflix conseguiu entregar um crescimento de assinantes bem acima do esperado e do próprio guidance", disse William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue.

A última linha do balanço também surpreendeu os analistas, com o lucro líquido ficando em US$ 1,398 bilhão -- US$ 3,10 por ação. O  resultado ficou 45,5% superior ao consenso, que era de US$ 2,13 de lucro por ação. A receita também saiu acima da projetada, ficando em US$ 7,93 bilhões ante consenso de US$ 7,84 bilhões.

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Guidance para o 4º tri da Netflix

A projeção da Netflix é de que a receita do 4º trimestre fique US$ 7,8 bilhões. A receita mais baixa esperada para o próximo trimestre, segundo a empresa, considera os riscos de alta do dólar em relação a outras moedas --  o que tem prejudicado a receita da empresa fora dos Estados Unidos.

"A valorização do dólar segue como um vento contrário para nós." Apesar do declínio esperado para a receita, a projeção da Netflix é de que o número de assinantes cresça em mais 4,5 milhões. O guidance para a margem do próximo trimestre é de queda de 8% para 4% na comparação anual.

"Em termos de margem o quarto trimestre é tradicionalmente o de maiores gastos com marketing e conteúdo, e por isso projetam queda de margem", disse Castro, da Avenue.

A Netflix também informou que não espera grande contribuição do novo plano, com anúncios, para o resultado do quarto trimestre. "Prevemos aumentar nossa associação a esse plano gradualmente ao longo do tempo". "Queremos dar aos nossos potenciais novos membros mais opções - e não fazer os membros atuais mudarem de plano. Os membros que não quiserem mudar permanecerão no plano atual, sem anúncios, com o preço atual", pontuou a Netlix.

"Concorrentes estão perdendo dinheiro"

Embora o cenário ainda seja desafiador para a Netflix, a empresa acredita que seus competidores estão passando por situações ainda mais complicadas.

"Estimamos que todos nossos concorrentes estão perdendo dinheiro, com perdas operacionais combinadas em 2022 bem acima de US$ 10 bilhões, contra o lucro operacional anual de US$ 5 a US$ 6 bilhões da Netflix", afirmou a empresa.

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