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Negros dos EUA miram ações e criptomoedas para gerar riqueza

Uma pesquisa recente da Harris Poll revelou que, nos Estados Unidos, 30% dos investidores negros e 27% dos hispânicos possuem criptomoedas

Mercado: hoje, negros americanos respondem por apenas 3,8% dos US$ 116 trilhões em riqueza nos EUA, segundo dados do Federal Reserve (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Mercado: hoje, negros americanos respondem por apenas 3,8% dos US$ 116 trilhões em riqueza nos EUA, segundo dados do Federal Reserve (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 13 de abril de 2021 às 15h10.

Eles já ouviram de tudo antes. Faça um orçamento. Evite dívidas com juros altos. E, sim, com certeza é inteligente que seu empregador contribua com a mesma quantia que você em seu plano de previdência privado.

Mas, para uma nova geração de investidores negros, isso não é suficiente. No mundo real e cada vez mais online, eles têm incentivado seguidores a darem passos ousados para gerar riqueza. Isso inclui investir em ações e até em criptomoedas. Parte do argumento é que os negros americanos precisam pensar grande para compensar o tempo perdido.

Por mais de um século após a emancipação, as políticas institucionais privaram os negros de construir riqueza geracional. Hoje, negros americanos respondem por apenas 3,8% dos US$ 116 trilhões em riqueza nos EUA, segundo dados do Federal Reserve.

“Há um poço profundo, um anseio de oportunidades e de buscar maneiras de ter sucesso marcado na história e na experiência afro-americana”, diz Shennette Garrett-Scott, professora associada de história e estudos afro-americanos na Universidade do Mississippi.

A mensagem está sendo ouvida. Os dados mostram que, embora menos negros americanos invistam em ações que brancos, eles são, na verdade, mais receptivos a criptomoedas. Uma pesquisa recente da Harris Poll revelou que, nos Estados Unidos, 30% dos investidores negros e 27% dos hispânicos possuem criptomoedas, em comparação com apenas 17% dos investidores brancos.

A mesma pesquisa destacou que mais da metade dos negros e hispano-americanos que ouviram falar de criptomoedas acreditam que sua natureza descentralizada é um aspecto positivo, em comparação com 44% de todos os americanos.

Garrett-Scott diz que a maioria dos negros americanos não tem acesso a pessoas com conhecimento empreendedor em sua rede de contatos. Por isso, muitos recorrem à Internet e às redes sociais.

Isso fica evidente no aplicativo Clubhouse. Na rede social de áudio, surgiram muitos “clubes” com nomes como Black Women Who Invest (Mulheres Negras que Investem), Black Wealth Matters (Riqueza Negra Importa) e Black Bitcoin Billionaires (Bilionários Negros Bitcoin). E, em apenas alguns meses, atraíram dezenas de milhares de seguidores.

Tani Chambers, de 44 anos, comanda o Black Women Who Invest. Fundado em dezembro, agora tem mais de 21 mil seguidores. O grupo se reúne todos os sábados para uma sessão chamada “Investing 101” e todos os domingos para um clube do livro. O foco: investimento de longo prazo em áreas como contas de aposentadoria, imóveis e fundos de índice.
Chambers é motivada em parte por sua crença de que os negros americanos precisam investir mais.

Quando tinha cerca de 20 anos, por exemplo, ela se lembra de sua mãe apenas dizer que ela precisava economizar alguns dos contracheques de seu emprego na Madison Avenue. Só há cinco anos decidiu que precisava fazer mais do que economizar. “Isso não é suficiente, especialmente para as mulheres negras”, disse Chambers, que viria a fundar uma startup de fintech e presença nas redes sociais para incentivar mulheres negras a investir.

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