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MRV (MRVE3) decepciona em prévia do 4º tri e ações afundam na B3

Vendas fracas e mais um trimestre de queima de caixa ofuscam alta do volume de lançamentos

Obra da MRV: lançamentos cresceram no 4º trimentre (Germano Lüders/Exame)

Obra da MRV: lançamentos cresceram no 4º trimentre (Germano Lüders/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 19 de janeiro de 2023 às 14h34.

Última atualização em 19 de janeiro de 2023 às 14h35.

As ações da MRV (MRVE3) chegam a cair mais de 5% no pregão desta quinta-feira, 19, com investidores reagindo negativamente à prévia operacional do quarto trimestre divulgada pela companhia.

A MRV apresentou R$ 2,06 bilhões em vendas em prévia operacional do quarto trimestre, 14,2% abaixo do mesmo período de 2021. Em lançamentos, no entanto, houve crescimento de 7,3% para R$ 3,48 bilhões. A alta em relação ao trimestre anterior foi de 80%. O aumento dos lançamentos foi atribuído pela MRV ao às "melhores condições apresentadas pelo programa habitacional", referindo-se ao Casa Verde e Amarela. "A companhia está mais confiante na absorção de seus produtos, graças a melhora na capacidade de compra dos clientes."

Para analistas do Credit Suisse, no entanto, o volume de vendas não tem correspondido com o forte ritmo de lançamentos.

"Vemos um momento positivo para o segmento de baixa renda e acreditamos que a MRV está no caminho certo para recuperar suas margens e reverter a queima de caixa. Porém, estamos cautelosos de que esse processo de recuperação possa demorar mais do que o esperado para ganhar força", afirmaram os analistas em relatório.

Segundo o Credit Suisse, o baixo volume de vendas da MRV no Brasil, a exigência de caixa para as operções nos Estados Unidos e "nenhuma venda da Resia no curto prazo" ainda pesam no momento da empresa.

Queima de caixa preocupa

O quarto trimestre da MRV, vale ressaltar, foi mais um de queima de caixa. No período, a geração de caixa da MRV foi negativa em R$ 539,5 milhões contra a queima de R$ 150,6 milhões no quarto trimestre de 2021. Ainda que menor que a queima de R$ 1,220 bilhão no terceiro trimestre, o saldo negativo ainda incomoda investidores.

"Os fortes  lançamentos foram mais do que compensados ​​por vendas fracas e uma grande queima de caixa. Sim, admitimos que o panorama da MRV é desafiador", afirmaram os analistas do BTG Pactual.

Apesar dos desafios, o BTG vê as ações como excessivamente descontadas. "Isso significa que os investidores estão avaliando o momento mais fraco, ignorando as recentes mudanças positivas no programa de habitação de baixa renda."

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