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Movimento técnico puxa juros longos para as máximas

Ao término da negociação normal na BM&F, o juro com vencimento em janeiro de 2013 projetava taxa de 7,11%

A Bolsa completa neste ano 10 anos de seu programa de popularização, ajudando agora o pequeno investidor (Germano Lüders/EXAME)

A Bolsa completa neste ano 10 anos de seu programa de popularização, ajudando agora o pequeno investidor (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2012 às 15h52.

São Paulo - A deterioração do ambiente externo, a deflação do IGP-10 e o IBC-Br fraco de setembro impuseram viés de baixa à curva de juros durante a manhã. Mas, no decorrer do pregão, fatores técnicos se sobrepuseram a esse cenário e as taxas futuras, sobretudo de longo prazo, passaram a subir com força. Na véspera de dois feriados no Brasil, com o mercado voltando à ativa já na véspera do dia de Ação de Graças nos EUA, os investidores partiram para ajustes. Além disso, de acordo com operadores, um grande player comprado em taxa está puxando o mercado para cima com o intuito de forçar a desmontagem de posições dos vendidos.

Nesse ambiente, rumores de que o governo ficaria satisfeito com um patamar mais elevado para o dólar e que estaria estudando reajuste dos combustíveis passaram a pesar mais. Por fim, as dificuldades em torno da renovação das concessões de energia elétrica nos moldes propostos pela União adicionaram ainda mais estresse ao mercado.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o juro com vencimento em janeiro de 2013 (68.575 contratos) projetava taxa de 7,11%, de 7,12% no ajuste. O DI para janeiro de 2014 (184.650 contratos) marcava 7,41%, de 7,38% ontem. O DI para janeiro de 2015 (96.615 contratos) estava na máxima de 7,05%, de 7,98% no ajuste e após tocar na mínima de 7,94% mais cedo. Na parte longa da curva, o contrato com vencimento em janeiro de 2017 (155.115 contratos) indicava máxima de 8,82%, de 8,73% na véspera, e o DI para janeiro de 2021 (8.510 contratos) projetava máxima de 9,47%, ante 9,39% no ajuste e após mínima de 9,35% pela manhã.


Entre os dados do dia, o Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) mostrou deflação de 0,28% em novembro, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O declínio foi mais acentuado que a da mediana encontrada pelo AE Projeções, de -0,20%. Já o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) caiu 0,52% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, ficando ligeiramente pior que a mediana estimada após pesquisa do AE Projeções, de -0,50%. No terceiro trimestre, porém, o IBC-Br registrou expansão de 1,15% na comparação com os três meses anteriores, na série com ajuste sazonal.

Para a LCA, esse resultado do IBC-Br sugere que o Produto Bruto Interno (PIB) deve crescer 1,3% no terceiro trimestre, na margem, o que será o primeiro resultado igual ou acima do PIB potencial desde o primeiro trimestre de 2011, afirmou o economista-chefe da consultoria, Braulio Borges. Para a MCM, o PIB entre julho e setembro deve ter registrado uma alta de 1,1%, na margem, segundo o economista Leandro Padulla.

No exterior, a situação da Grécia e o abismo fiscal dos EUA ainda inspiram aversão ao risco. Na sexta-feira, o presidente dos EUA se reúne com líderes do Congresso para tentar um acordo sobre a situação fiscal norte-americana. E na próxima terça-feira, os ministros das finanças da zona do euro voltam a se encontrar para tratar da Grécia. Mas a queda de 2,5% da produção industrial dos 17 países que usam o euro em setembro, na comparação com agosto, não trouxe qualquer motivo para otimismo. Essa foi a maior queda desde janeiro de 2009. O resultado foi pior do que as previsões dos economistas consultados, de queda mensal de 2,0%.

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