Morgan Stanley vê piora de confiança no S&P, Goldman discorda
Dois dos principais estrategistas de renda variável de Wall Street estão em lados opostos da discussão sobre a capacidade de os EUA evitar uma recessão
Agência de notícias
Publicado em 21 de agosto de 2023 às 11h22.
Dois dos principais estrategistas de renda variável de Wall Street estão em lados opostos da discussão sobre a capacidade de os EUA evitar uma recessão, e o que isso significa para as ações americanas após três semanas de quedas.
Enquanto Michael Wilson, do Morgan Stanley, diz que a confiança provavelmente se enfraquecerá ainda mais se os investidores começarem a questionar o quanto a economia dos EUA consegue sustentar seu crescimento, David Kostin, do Goldman Sachs, diz que há espaço para aumentar ainda mais a exposição se a economia continuar no rumo de um pouso suave.
O indicador de sentimento do mercado acionário americano do Goldman — que agrega nove métricas de posicionamento, incluindo exposição de fundos alavancados, demanda de investidores estrangeiros e fluxos de fundos — caiu na semana passada após subir desde dezembro.
Mas Kostin disse que espera que esse declínio seja passageiro e que os hedge funds, os fundos mútuos e os pequenos investidores aumentarão suas apostas otimistas se o “ambiente de mercado continuar melhorando”.
Wilson, por outro lado, disse que os investidores estão otimistas demais com um pouso suave da economia. Ele disse que o esfriamento da inflação prejudicou a capacidade das empresas americanas de aumentar preços, e isso deve piorar ao longo do ano se a demanda do consumidor diminuir.
Além disso, “ainda não sabemos a resposta para a pergunta, sobre um pouso suave e sobre a recuperação associada do poder de precificação”, escreveu Wilson em nota. A aversão ao risco deve persistir até o quarto trimestre ou o primeiro de 2024, “caso os fundamentos se deteriorem como esperamos, e o mercado não”, acrescentou.
Wilson previu corretamente a queda das ações no ano passado e manteve sua visão pessimista este ano, mesmo quando o mercado se recuperava.
O índice S&P 500 registrou seu terceiro declínio semanal consecutivo, a mais longa sequência de baixa desde fevereiro, em meio a sinais de força da economia que reforçaram as apostas de que o Federal Reserve manterá os juros mais altas por mais tempo.
A próxima pista sobre a perspectiva de política monetária do banco central americano virá no final desta semana, quando o presidente Jerome Powell discursa no simpósio anual em Jackson Hole.