S&P 500: índice avançou cerca de 9% no mês passado – um de seus melhores ralis de novembro em um século (TIMOTHY A. CLARY/AFP/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 4 de dezembro de 2023 às 11h56.
O mercado acionário dos Estados Unidos pode ter um fim de ano instável após o rali de novembro em meio à flutuação dos rendimentos dos títulos, de acordo com Michael Wilson, do Morgan Stanley.
O estrategista – que no geral se manteve pessimista neste ano, mesmo com o ganho de quase 20% do S&P 500 – disse em nota que dezembro pode trazer “volatilidade de curto prazo tanto em juros quanto em ações” antes de tendências sazonais mais construtivas e antes do chamado “efeito janeiro” para apoiar as bolsas no próximo mês.
O S&P 500 avançou cerca de 9% no mês passado – um de seus melhores ralis de novembro em um século – puxado pelo otimismo em torno de um pico nas taxas de juros. Essa valorização deixou o índice em território de sobrecompra – um nível técnico que geralmente é considerado precursor de uma onda vendedora.
Ainda assim, o chamado momentum MACD do S&P 500, que mostra a relação entre duas médias móveis do preço de um valor mobiliário, permanece positivo, uma vez que uma desaceleração da economia e da inflação incentiva apostas de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) vai poder começar a reduzir os juros já em março. Na sexta-feira, 1°, o presidente do Fed, Jerome Powell, buscou frear expectativas de cortes no primeiro semestre de 2024.
Wilson disse que, embora investidores tenham precificado um giro na política monetária do Fed várias vezes no último ano, desta vez demonstraram “o maior apoio”, pois esperam que isso ocorra “em meio a um cenário macro ainda saudável”. Essa perspectiva “seria o resultado mais ‘bullish’ para as ações”, escreveu o estrategista.
Outros analistas de Wall Street também demonstraram otimismo em relação à renda variável dos EUA em 2024. Bank of America (BofA), Deutsche Bank e RBC Capital Markets preveem uma máxima para o S&P 500 no período. Wilson ainda permanece neutro para o ano que vem e projeta que o índice termine 2024 em torno de 4.500 pontos – cerca de 2% abaixo dos níveis atuais.