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Money Market Funds: investidores colocam US$ 1 trilhão nestes fundos e acendem alerta no mercado

Fundos de alta liquidez podem atingir captação recorde no ano, segundo Bank of America; incertezas estariam impulsionado captação

Trader na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE)  (TIMOTHY A. CLARY/AFP//Getty Images)

Trader na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) (TIMOTHY A. CLARY/AFP//Getty Images)

Publicado em 15 de setembro de 2023 às 15h01.

Última atualização em 15 de setembro de 2023 às 15h12.

Uma classe de fundos conhecida por sua segurança tem chamado a atenção de investidores ao redor do mundo: os Money Market Funds (MMF), que acabaram de atingir neste ano uma captação assombrosa de US$ 1 trilhão.

"Nada grita mais 'convicção de um bear market (mercado em queda)' do que a entrada de US$ 1 trilhão em Money Market Funds neste ano", afirmaram estrategistas do Bank of America em relatório intitulado "US$ 1 trilhão de incertezas".

Fuga para a segurança

Os MMFs são fundos que investem em ativos de altíssima liquidez e segurança, como títulos soberanos de alta qualidade e de prazos curtos e certificados de depósitos que geram juros.

A alta da taxa de juros, que bateu máxima desde 2001 nos Estados Unidos, explica parte dos aportes em MMF no ano. Mas parcela significativa é atribuída às incertezas diante do cenário econômico global.

A projeção do banco americano é de que entrada de recursos em MMF bata recorde neste ano, podendo chegar a US$ 1,5 trilhão. A última vez que a captação dos MMF havia disparado foi em 2020, durante o pânico do covid-19.

O banco americano alerta que, após anos de crescimento e incentivos monetários, o mercado mundial se prepara para uma nova fase. Esta, segundo o BofA, deverá ser marcada por índices mais altos de inflação e maior pessimismo para os mercados de dívida e ações.

BofA projeta entrada de recursos recorde em MMF neste ano (BofA/Reprodução)

Incertezas no radar

Sinais de preocupações já começam a pipocar no mercado. Um deles é o próprio índice de otimismo do BofA, que registrou sua maior queda semanal desde março, impulsionada por saídas de ações e títulos em em mercados emergentes.

Um dos motivos de maior cautela é a recente valorização do petróleo, que bateu nesta semana seu maior patamar desde novembro do ano passado. A commodity já subiu 7% no mês, acumulando alta de 29% desde junho, voltando a ser negociada acima de US$ 90. O medo é essa valorização voltar a impactar a inflação, forçando os bancos centrais a manterem as taxas de juros elevadas por mais tempo.

Se os bancos centrais conseguirão domar a inflação com ou sem grandes danos à economia continua em discussão. Na dúvida, investidores escolhem a segurança e a liquidez do MMF.

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