Invest

Mobly: receita permanece em queda, mas margem bruta bate recorde

Companhia segue focada em rentabilidade em meio ao período desafiador de vendas

Mobly: lojas físicas respondem por um terço das vendas (Mobly/Divulgação)

Mobly: lojas físicas respondem por um terço das vendas (Mobly/Divulgação)

Karina Souza
Karina Souza

Repórter Exame IN

Publicado em 9 de agosto de 2023 às 10h06.

Última atualização em 11 de agosto de 2023 às 17h47.

Em um setor que sofre no pós-pandemia, a Mobly segue focada em preservar o próprio caixa e em aumentar a rentabilidade. Nos resultados do segundo trimestre divulgados nesta terça-feira, 8, a companhia mostra que aumentar a receita permaneceu um desafio: a primeira linha do balanço encolheu 14% na comparação anual, para R$ 178,4 milhões. Porém, a missão de enxugar custos e encontrar a melhor equação de precificação permitiu à companhia manter o mesmo patamar de lucro bruto do ano passado, de R$ 56,2 milhões, com a melhor margem bruta da história da companhia, de 43,8% , um avanço de 5,9 pontos percentuais.

“O mercado está difícil para todo o setor. Recebemos um relatório do Google que mostra que as categorias que representam 80% do volume de buscas do setor encolheram 9% na comparação com 2022. Além disso, estamos com muitas iniciativas em ganho de margem, melhorando estratégias de precificação e investimentos em marketing, além de reduzir frete. Foi esse conjunto que nos permitiu chegar à margem no período”, diz Victor Noda, CEO da Mobly, à Exame Invest.

Além dessas iniciativas, a empresa também reduziu custo fixo em relação ao ano passado. Por exemplo, os gastos com pessoal no período somaram R$ 12 milhões no período, 4% menos do que nos três meses comparáveis de 2022. E os gastos com lojas, que passaram de R$ 14,5 milhões para R$ 13,8 milhões. Principalmente em renegociação de contratos, sublocação de centros de distribuição. 

Com todas essas iniciativas colocadas em prática, a empresa fechou os três meses encerrados em junho com um Ebitda ainda negativo em R$ 5,5 milhões, mas 55% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. O consumo de caixa total, no período, foi de R$ 36 milhões, ante R$ 2 milhões no ano anterior. A diferença está relacionada principalmente ao uso do FINIMP, uma linha de crédito a importação, que melhorou o caixa no fim do trimestre no ano passado. Contudo, em uma análise de liquidez (caixa e recebíveis de cartão de crédito) a queima foi de R$ 32 milhões no ano passado, ante R$ 39 milhões neste ano. 

“Caixa é prioridade zero. A gente vem desde o ano passado conservando, mas neste período voltamos a queimar por um fator sazonal. É o momento de ‘vale’ de vendas da Mobly por sazonalidade, com uma soma de contas a pagar de fornecedores com menos venda, mas no segundo semestre já voltamos a fazer caixa novamente”, diz Noda. 

Sem despesa financeira — mas sim com uma receita de R$ 4,2 milhões — a companhia fechou o período com um prejuízo de R$ 17,1 milhões, 38% menor do que o registrado no segundo trimestre de 2022. 

Mais produtos próprios

De olho em vendas e em geração de caixa, a Mobly segue em uma toada de investir cada vez mais em produtos próprios. Hoje, a companhia tem um colchão que vem dobrado (similar ao Emma) que é responsável por 5% da receita da companhia. Além disso, a Mobly lançou no ano passado um novo modelo de cadeira gamer e um novo sofá que vem desmontado, totalmente em caixas separadas — visando ao consumidor que mora em apartamento. “Temos fabricação própria, com o design todo nosso, o que nos ajuda a ter um preço competitivo. Estamos focados em atender às dores dos nossos clientes e chegamos a um produto que tem um potencial muito grande de vendas”, diz Noda.

Acompanhe tudo sobre:Varejo

Mais de Invest

Biden sai e Kamala entra? Como o turbilhão nos EUA impacta as ações americanas, segundo o BTG

Por que Mohamed El-Erian, guru de Wall Street, está otimista com o cenário econômico

Ibovespa opera em queda puxado por Vale (VALE3)

Mega-Sena sorteia nesta terça-feira prêmio acumulado em R$ 61 milhões

Mais na Exame