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Mobius vê presidência de Biden como negativa para ações dos EUA

Investidor vê possibilidade de mercados emergentes se beneficiarem de vitória democrata

Mark Mobius: fundador da Mobius Capital Partners (Eduardo Frazão/Exame)

Mark Mobius: fundador da Mobius Capital Partners (Eduardo Frazão/Exame)

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Bloomberg

Publicado em 6 de novembro de 2020 às 10h03.

Última atualização em 6 de novembro de 2020 às 10h06.

Uma presidência de Joe Biden será negativa para as ações dos Estados Unidos e positiva para outros mercados, segundo o investidor veterano Mark Mobius, devido aos planos de aumento de impostos para empresas e americanos ricos.

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Os aumentos de impostos propostos por Biden desincentivariam investimentos no mercado dos EUA, disse Mobius, que fundou a Mobius Capital Partners após três décadas na Franklin Templeton Investments. Isso “será bom para mercados emergentes e outras ações globais, já que haverá uma retração do mercado dos EUA”, disse em entrevista por e-mail na sexta-feira.

O democrata está perto de derrotar o presidente Donald Trump e levar a Casa Branca, e a recuperação dos mercados acionários globais nesta semana dá sinais de estagnação. O índice MSCI All Country World mostrava pouca variação na manhã de sexta-feira, depois de avançar nos quatro dias anteriores. Com o rali, o indicador chegou perto dos níveis onde enfrentou resistência duas vezes desde agosto

“O chamado efeito patrimônio estará em jogo” nos EUA, disse Mobius. “Se as pessoas que investem no mercado acionário tiverem a expectativa de que seu patrimônio será atingido por impostos mais altos, evitarão investir.”

Suas opiniões contrastam com a visão de alguns investidores globais, segundo os quais Biden não conseguirá aumentar impostos facilmente com uma possível divisão do Congresso. O índice S&P 500 subiu mais de 7% nesta semana, o que poderia ser o maior ganho semanal desde abril. O Nasdaq 100 avançou ainda mais, refletindo expectativas de eliminação de impostos potencialmente mais altos sobre ganhos de capital.

Enquanto isso, Trump questiona a credibilidade das eleições e sua campanha inunda os tribunais com processos.

Um resultado contestado também traria “mais incerteza” ao cenário para as ações nos EUA, disse Mobius. “O programa de Biden é taxar os ‘ricos’ - isto é, pessoas que ganham mais do que, digamos, US$ 200 mil por ano. Essas são precisamente as pessoas que seriam mais ativas no mercado acionário.”

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