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Minério de ferro: Goldman corta projeção de preço com queda na demanda

Preços da commodity caíram mais de 5%, o declínio mais acentuado em quase duas semanas, para menos de US$ 110 a tonelada

Minério de ferro: intervenções políticas da China continuam sendo um risco (Germano Lüders/Exame)

Minério de ferro: intervenções políticas da China continuam sendo um risco (Germano Lüders/Exame)

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Bloomberg

Publicado em 4 de julho de 2022 às 19h57.

O Goldman Sachs cortou seu preço-alvo para o minério de ferro, que acabou de encerrar uma terceira queda semanal consecutiva e afundou ainda mais à medida que o aumento de casos de Covid-19 na China colocam os investidores no limite.

O banco rebaixou seu preço-alvo para o minério de ferro de alta qualidade em cerca de 15%, para US$ 100 a tonelada nos últimos seis meses do ano. Sua previsão de três meses para o ingrediente siderúrgico agora é de US$ 90 a tonelada, disse em relatório enviado por e-mail, citando razões que incluem superávits substanciais do mercado à medida que a economia chinesa tenta reabrir após os bloqueios.

O alerta ocorre quando os preços caíram mais de 5%, o declínio mais acentuado em quase duas semanas, para menos de US$ 110 a tonelada. As esperanças de que a demanda na China tenha uma forte recuperação foram testadas por novos casos de Covid relatados no fim de semana, incluindo cerca de 400 casos locais no sábado.

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À medida que as cidades entram e saem dos lockdowns, os observadores do mercado estão enfrentando a realidade de que paradas e retomadas irregulares para as siderúrgicas chinesas podem ser a nova norma. As taxas de alto-forno em Tangshan, o principal polo siderúrgico do país, marcaram uma terceira semana declínio para o menor patamar em quase quatro meses. Enquanto isso, meios de comunicação locais na China continuam a exigir medidas fiscais mais favoráveis, sugerindo que é necessário um estímulo extra para sustentar a economia em queda.

O Goldman estima um superávit de mercado de 35 milhões de toneladas no segundo semestre do ano em meio à baixa demanda chinesa e ventos contrários na produção de aço. A desaceleração no setor imobiliário - que responde por quase um terço do consumo de aço em terra - é uma barreira significativa para a demanda de minério de ferro, disse.

As intervenções políticas da China continuam sendo um risco, com a possibilidade de que o país implemente medidas para limitar a produção de aço, acrescentou.

A recuperação da oferta fora do Brasil fará com que os preços do minério de ferro caiam ainda mais, mesmo com o maior importador do mundo dobrando os esforços para estimular a economia, disse o Departamento Australiano de Indústria, Ciência, Energia e Recursos em relatório trimestral, prevendo que os preços do minério de ferro ficarão em média US$ 99 a tonelada no ano fiscal de 2023, uma queda de US$ 10 em relação ao ano anterior.

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