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Meta anuncia corte de 11 mil funcionários e ação sobe mais de 4% no pré-mercado

Companhia contratou mais de 40 mil pessoas desde 2020 e agora vive momento de queda nos lucros

Mark Zuckerberg: primeira demissão em massa da companhia ocorre na mesma época do aniversário da troca de nome de Facebook para Meta (Michael Nagle/Bloomberg)

Mark Zuckerberg: primeira demissão em massa da companhia ocorre na mesma época do aniversário da troca de nome de Facebook para Meta (Michael Nagle/Bloomberg)

GV

Graziella Valenti

Publicado em 9 de novembro de 2022 às 08h49.

Última atualização em 9 de novembro de 2022 às 09h32.

Depois de dias de expectativas, a Meta (META), holding dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou a demissão de 11 mil funcionários. O número equivale a 13% de sua força de trabalho. Desde a semana passada, os cortes eram esperados. A companhia está sob pressão com queda no resultado de suas operações tradicionais e um investimento monumental em tecnologias para o metaverso, cujos resultados estão um futuro ainda aparentemente distante.

De acordo com notícias do Wall Street Journal, publicadas ao longo dos últimos dias, a Meta havia realizado uma tremenda expansão de time desde 2020, com a contratação de mais de 40 mil pessoas. As incertezas sobre a companhia fizeram a ação despencar de US$ 336, ao fim de 2021, para os atuais US$ 96, do fechamento de ontem.

Com o anúncio dos cortes e ainda falas do fundador Mark Zuckerberg se comprometendo a cortar gastos, as ações apresentam alta no pré-mercado em Nova York. Há pouco, a valorização era superior a 4%. A empresa vale hoje US$ 240 bilhões.

Em suas declarações, Zuckerberg fez uma espécie de "mea culpa". Disse que acelerou investimentos supondo que o crescimento visto na pandemia iria durar no longo prazo. "Eu entendi errado e assumo a responsabilidade por isso", disse ele, logo após apontar que a desaceleração macreconômica e o aumento da concorrência prejudicaram as receitas além do esperado. 

A época do anúncio da primeira demissão em massa da companhia ocorre justamente perto do aniversário de mudança de nome, de Facebook para Meta. A alteração, anunciada em outubro de 2021, era justamente para colocar em evidência a força com que a companhia aposta no desenvolvimento do metaverso. Mas, desde então, as notícias não têm sido nada boas. A companhia perdeu quase US$ 750 bilhões em valor de mercado e deixou a lista das 20 mais valiosas dos Estados Unidos. Enfrenta um ceticismo que só tem precedente com o estouro da bolha ponto.com, no início dos anos 2.000.

O motivo? Enquanto os resultados das frentes tradicionais de negócios estão sofrendo queda, devido à cocorrência com a plataforma chinesa Tik Tok e ainda com maior rigor de controle de privacidade, a geração livre de caixa está comprometida pelos bilhões investidos por Zuckerberg no metaverso — cerca de US$ 27 bilhões até o momento. E desde um ataque de sinceridade no início deste ano, quando afirmou não saber quando virão os resultados dos esforços relacionados ao metaverso, os investidores seguem incrédulos em relação a aposta do fundador.

Muitos também acreditam que a direção da aposta, como diz Zuckerberg, está correta. A dúvida do mercado é qual a riqueza existirá nessa realidade digital paralela e se ela será grande o suficiente? Como ela será dividida entre as empresas? Os investidores não parecem dispostos a pagar pelo pioneirismo do fundador.

Entre julho e setembro, a receita da gigante do setor de tecnologia foi de US$ 27,7 bilhões, queda de 4% na comparação com o mesmo período de 2021, quando tinha sido de US$ 29,01. O resultado veio levemente acima das previsões dos analistas, que esperavam uma receita de US$ 27,4 bilhões. O lucro líquido no período, porém, despencou 52%, passando de US$ 9,2 bilhões no terceiro trimestre de 2021 para US$ 4,4 bilhões no mesmo período de 2022.

 

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