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Mesmo com recessão, índices japoneses estão perto de recordes. Por quê?

Índice Nikkei 225 ganhou mais de 700 pontos nas negociações da manhã, acima de 38.800 pontos

Em recessão técnica, Japão caiu no ranking de economias mundiais, do 3º para o 4º lugar (Getty Images)

Em recessão técnica, Japão caiu no ranking de economias mundiais, do 3º para o 4º lugar (Getty Images)

Publicado em 16 de fevereiro de 2024 às 08h31.

As ações na Bolsa de Tóquio, no Japão, continuaram a subir nesta sexta-feira, 16, com o índice Nikkei 225 atingindo uma nova máxima em 34 anos e se aproximando de seu recorde histórico.

O índice de referência ganhou mais de 700 pontos nas negociações da manhã, acima de 38.800 pontos e próximo da máxima histórica de 38.915, registrada em dezembro de 1989. O índice fechou em 38.487,24 -- 329,30 pontos acima do dia anterior.

O índice Topix também subiu 32,88 pontos para 2.624,73 pontos, o momento mais alto em quase 34 anos. O Topix registrou uma máxima histórica de 2.884,80 em dezembro de 1989.

Recessão?

Na última quinta-feira, 15, o Banco do Japão (BOJ) divulgou que o país entrou em recessão técnica, causada pela inflação que restringiu a demanda interna. Com o resultado, o país foi superado pela Alemanha no ranking das maiores economias mundiais e agora é o quarto colocado, segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional).

No entanto, o índice Nikkei subiu mais de 15% desde o início deste ano. Isso porque os mercados japoneses são contagiados pelo otimismo norte-americano e pelo enfraquecimento do iene em relação ao dólar americano. 

Os ganhos em Wall Street ajudaram a impulsionar as ações japonesas na sexta-feira, já que os três principais índices dos EUA subiram, com o S&P 500 atingindo uma máxima histórica. Em meio a uma sólida temporada de resultados, o sentimento otimista entre os investidores está se mantendo.

A desvalorização do iene tem ajudado os papéis japoneses, com muitos exportadores se beneficiando da moeda fraca. O iene caiu para o nível de ¥150 em relação ao dólar esta semana pela primeira vez em cerca de três meses.

O iene fraco pode permanecer por um tempo, já que o banco central do Japão sinalizou que manterá sua política de flexibilização monetária mesmo após encerrar as taxas negativas, o que é esperado em março ou abril.

Os dados de preços ao consumidor dos EUA recentes destacaram a persistência da inflação no país, frustrando as expectativas de que o Federal Reserve cortaria as taxas de juros em um futuro próximo. Isso significa que a fraqueza do iene pode continuar, já que em parte foi impulsionada pela diferença nas taxas de juros entre os dois países.

Enquanto isso, há expectativas crescentes de melhor desempenho do mercado de ações pelas empresas japonesas com a Bolsa de Valores de Tóquio colocando pressão adicional sobre as empresas com desempenho abaixo do esperado.

Em março do ano passado, a bolsa solicitou que todas as empresas listadas nas seções Prime e Standard focassem mais em aumentar seus valores corporativos e elaborassem planos específicos para fazê-lo.

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