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Mercado está pessimista com Apple e espera vendas "decepcionantes"

Queda na venda de iPhones e momento ruim do mercado de tablets podem impactar negativamente a receita da companhia

Apple: empresa vive momento delicado com a possível queda de suas ações nos próximos meses (Eric Thayer/Reuters)
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Rodrigo Loureiro

Publicado em 9 de julho de 2019 às 16h58.

São Paulo – As ações da Apple viveram uma montanha-russa nos últimos três meses. Entre 5 maio e 3 de junho, por exemplo, os títulos da companhia se desvalorizaram 18,1%. A queda fez o valor de mercado da fabricante do iPhone cair de 995,3 bilhões de dólares para 814,6 bilhões de dólares. Hoje, mais de um mês depois, a empresa comandada por Tim Cook estava avaliada em cerca de 925 bilhões de dólares. Apesar da recuperação, o que preocupa o mercado não é somente a oscilação, mas o futuro dos papéis.

Analistas de Wall Street estão recomendando que acionistas da empresa da maçã vendam suas ações. Em nota aos investidores, o especialista em ações Jun Zhang, do banco de investimentos e corretora Rosenblatt Securities recomendou o ato por conta de uma projeção ruim para as vendas de celulares e tablets da empresa para o esse semestre.

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Na visão de Zhang, a comercialização de iPhones deve ser “decepcionante” entre julho e dezembro deste ano. Já a venda de iPads deve crescer apenas lentamente. O analista também não se mostrou animado com outros produtos que levam o selo da maçã. “O crescimento de outros produtos, como HomePod, AirPod e o iWatch não deve ser significa para sustentar o crescimento total da receita.”

Em abril, a empresa americana informou que a venda de seus celulares, que ainda continuam sendo o carro-chefe da companhia, despencou 17% no trimestre encerrado em março.

Nem mesmo os iPads, produto com o qual a Apple reina absoluta com uma fatia de 27,1% do mercado, de acordo com a consultoria Strategy Analytics, dão um alívio nos números. Apesar da alta de 9% nas vendas do gadget no primeiro trimestre de 2019 em relação ao mesmo período de 2018, o mercado dos tablets enfrenta retração de 5%. E a tendência a queda seja ainda mais acentuada no futuro.

Isso significa que, se não quiser ver suas ações serem vendidas em Wall Street com preços cada vez mais baixos, a Apple precisa superar os resultados do último ano e provar que ainda continua em crescimento. E, para fazer isso, a empresa precisará repetir a fórmula que usou no ano passado, de aumento de receitas.

Somados os faturamentos do terceiro e do quarto trimestre de 2018 – que no balancete da Apple correspondem ao quarto trimestre de fiscal de 2018 e ao primeiro trimestre fiscal de 2019 –, a fabricante do iPhone faturou 147,2 bilhões de dólares. O valor é 4,5% maior do que o registrado em no mesmo período de 2017, quando o faturamento somou 140,9 bilhões de dólares.

Para Zhang, contudo, esse cenário é improvável. Nas previsões da Rosenblatt Securities, mesmo com um aumento da receita nos últimos anos, a tendência é de que os números da Apple desacelerem nos próximos meses.

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