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Marfrig avança e ultrapassa 50% do capital da BRF

Empresa de Marcos Molina passou de 33,2% do negócio para 50,06% em pouco menos de meio ano

BRF: dona da Sadia e da Perdigão conta, cada vez mais, com a Marfrig 'dentro de casa' (Victor Moriyama/Bloomberg)
Karina Souza

Repórter Exame IN

Publicado em 29 de dezembro de 2023 às 10h34.

Última atualização em 29 de dezembro de 2023 às 10h36.

A Marfrig segue a todo vapor dentro da BRF. Desde que a poison pill (dispositivo que previa que acionistas com mais de 33,3% do capital social da empresa tivessem de fazer uma proposta por 100% da companhia) foi excluída, em julho deste ano, a empresa de Marcos Molina aumentou gradativamente sua participação dentro da empresa, passando de 33,27% para chegar, nesta semana, a 50,06% da dona da Sadia.

Apesar do avanço gradual em pouco mais de cinco meses, uma fusão entre as duas companhias não deve ser algo imediato.

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De acordo com comunicado enviado pela BRF à CVM, a Marfrig afirmou que "não objetiva alterar a atual composição do controle ou a estrutura administrativa atual da BRF". Além disso, a Marfrig não fez nenhum tipo de contrato que regule o direito de voto na empresa ou a compra e venda de ações.

O aumento de participação na BRF foi negociado em maio deste ano, quando a Marfrig anunciou uma injeção de capital de R$ 4,5 bilhões na BRF em conjunto com a empresa saudita Salic. A estratégia foi a de resolver vários problemas de uma vez só: melhorar a estrutura de capital da BRF -- que contava com um alto endividamento -- sem aumentar o da empresa compradora e, por fim, aproximando a dona da Sadia de um de seus principais mercados para exportação.

Com a injeção de recursos,a dívida líquida da companhia deve cair para R$ 14,8 bilhões, levando a uma alavancagem (dívida líquida/Ebitda) de 3,5 vezes, segundo relatório do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame) divulgado na ocasião do anúncio da combinação de negócios.

O banco projeta que a BRF possa entregar um Ebitda de mais de R$ 5 bilhões neste ano, resultado 22% maior do que o registrado em 2022.

Até agora, a Marfrig já gastou R$ 1,2 bilhão para incrementar sua participação na dona da Sadia, usando tanto os recursos do aumento de capital quanto da venda de ativos à Minerva. E, mais do que entrar financeiramente no negócio, já tem proporcionado sinergias operacionais à dona da Sadia -- pavimentando o caminho para o futuro.

Em outubro, por exemplo, as duas empresas (Marfrig e BRF) promoveram de forma conjunta um evento com importadores em Colônia, às vésperas da maior feira de alimentos do mundo.

Na bolsa, a Marfrig vale R$ 9 bilhões e, a BRF, R$ 23 bilhões.

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