Apostas online: ainda não houve impacto no curto prazo, mas o longo prazo já traz sinais de preocupação, segundo CEO do Magalu (Germano Lüders/Exame)
Repórter Exame IN
Publicado em 27 de agosto de 2024 às 14h09.
Última atualização em 27 de agosto de 2024 às 16h54.
O ‘tigrinho’ e as Bets entraram na conversa dos gestores, banqueiros e CEOs brasileiros, com o temor de que o crescimento acelerado das apostas online impacte o poder de compra da sociedade, em especial nas classes de renda mais baixas.
Para o CEO do Magazine Luiza, Fred Trajano, ainda não houve impacto no curto prazo, mas o longo prazo já traz sinais de preocupação.
"No primeiro semestre eu não diria que afetou o consumo. Alguns setores foram melhores do que outros, por dependerem menos de crédito. Mas o crescimento [das apostas online] é exponencial", disse o executivo em apresentação na 25ª Conferência Anual do banco Santander, em São Paulo.
Para o executivo, vai ser necessário o desenvolvimento de algum nível de controle, para além da regulação que passa a valer no próximo ano. "A regulação é muito frouxa. Mais do que para o varejo, o bet é um problema de saúde pública."
De acordo com Trajano, essa tem sido uma das pautas prioritárias do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) — no qual a família Trajano, controladora do Magalu, é bastante ativa —, que já se reuniu com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para tratar o tema.
De acordo com estudo divulgado neste mês pela equipe de research do banco Itaú BBA, os apostadores brasileiros já perderam quase R$ 25 bilhões em 12 meses em apostas online. De cada R$ 3 apostados, ao menos R$ 1 é perdido pelos apostadores.
"Pode ser um problema que contamina muito mais setores do que para o varejo", afirmou Trajano, citando o estudo.