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Maioria das aplicações perde da inflação

A alta acumulada do IPCA só é superada pelo desempenho de duas categorias de fundos: Long and Short - Direcional e Long and Short - Neutro


	A falta de opção de investimentos que superam a inflação oficial tem como pano de fundo o atual cenário macroeconômico
 (REUTERS/Neil Hall)

A falta de opção de investimentos que superam a inflação oficial tem como pano de fundo o atual cenário macroeconômico (REUTERS/Neil Hall)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2013 às 10h57.

São Paulo - A maioria dos investimentos está perdendo da inflação em 2013. A alta acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 1,94% nos três primeiros meses do ano, só é superada pelo desempenho de duas categorias de fundos: Long and Short - Direcional e Long and Short - Neutro.

Essas duas aplicações, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), acumularam rentabilidade de 3,09% e 2,82%, respectivamente, no primeiro trimestre.

Os fundos Long and Short são considerados uma aplicação arrojada. Os gestores costumam posicionar o fundo para ficar comprado nos ativos que acreditam que vão subir de preço e vendido nos ativos com aposta em queda nos preços.

A falta de opção de investimentos que superam a inflação oficial tem como pano de fundo o atual cenário macroeconômico. Enquanto o IPCA estourou o teto da meta em 12 meses, a taxa básica de juros está no piso histórico de 7,25% ao ano. Para piorar, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) teve o pior primeiro trimestre desde 1995, com queda de 7,55% (ver mais ao lado).

"Para o investidor, não é momento de fazer movimentos bruscos em função de uma informação ou de um dado mais imediato. É preciso ter um bocado de paciência. Em uma saída errada da aplicação, o aplicador pode realizar um prejuízo ", disse Carlos Massaru, vice-presidente da Anbima. "É importante que o investidor também tenha disciplina", afirmou.


Opções

Diante do cenário de investimento incomum, o brasileiro vai ter de arriscar mais e alongar o prazo das aplicações se quiser um ganho maior. As opções recomendadas pelos analistas vão desde os papéis do Tesouro Direto atrelados aos índices de preços - caso das NTN-B - , até a aposta em imóveis para se defender da alta dos preços.

No caso do investimento em títulos do Tesouro, vale ressaltar que é recomendável ao aplicador aguardar o vencimento do papel para evitar perda de rentabilidade diante das oscilações do dia a dia no mercado.

"O brasileiro vai ter de se acostumar a outros tipos investimentos, como a renda variável e imóvel. São investimentos que têm maior capacidade de preservar o valor contra a inflação", afirmou André Massaro, especialista em finanças pessoais.

Na renda variável, há empresas listadas na Bolsa que podem se beneficiar do aumento de preços. Em tese, são aquelas que conseguem repassar ao consumidor o aumento de preço. "Nesse grupo, estão as empresas de consumo ", disse Massaro.

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