Mercados

Juros terminam estáveis após Copom deixar passos em aberto

Entre os contratos com vencimento mais longo, as taxas registraram ligeiro viés de alta devido à valorização do dólar


	Bovespa: no fim da sessão regular, taxa do DI para abril de 2015 fechou em 12,26%
 (Germano Lüders/EXAME)

Bovespa: no fim da sessão regular, taxa do DI para abril de 2015 fechou em 12,26% (Germano Lüders/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2015 às 16h47.

São Paulo - As taxas de juros futuras terminaram majoritariamente estáveis nesta quinta-feira, 29, depois de ata da reunião de política monetária do Banco Central não dar nenhuma sinalização clara sobre os próximos passos da instituição.

Entre os contratos com vencimento mais longo, as taxas registraram ligeiro viés de alta devido à valorização do dólar.

A ata do Comitê de Política Monetária do Banco Central destacou que há pressões adicionais sobre os preços relativos neste ano e também reforçou a ideia de que a convergência da inflação à meta só ocorrerá em 2016.

No entanto, a instituição deixou seu próximo passo em aberto, podendo ajustar a Selic em 0,50 ponto porcentual ou 0,25 ponto porcentual em março.

Ontem, o mercado precificava chance maior de 0,50 pp e hoje fez uma pequena correção em baixa, mantendo as apostas divididas, explicou uma fonte da área de renda fixa.

No documento, o Comitê alterou o parágrafo 31, no qual mencionava, em dezembro, que a política monetária deveria se manter "especialmente vigilante" e, ao mesmo tempo, dizia que o esforço de política monetária tenderia a ser implementado com "parcimônia".

O trecho atualizado trouxe a avaliação do colegiado de que "o cenário de convergência da inflação para 4,5% em 2016 tem se fortalecido".

"Para o Comitê, contudo, os avanços alcançados no combate à inflação - a exemplo de sinais benignos vindos de indicadores de expectativas de médio e longo prazo - ainda não se mostram suficientes", informou a ata.

Diante da falta de clareza sobre o ritmo que o Banco Central adotará na sua política de juros levou as taxas futuras a terminarem muito perto da estabilidade, com as taxas mais longas exibindo ligeiro viés de alta devido ao avanço do dólar.

No fim da sessão regular na BM&F Bovespa, a taxa do DI para abril de 2015 (105.770 contratos) fechou em 12,26%, de 12,27% no ajuste anterior.

O DI para em janeiro de 2016 (264.865 contratos) apontava taxa de 12,67%, de 12,68% no ajuste de ontem; o DI com vencimento em janeiro de 2017 (179.935 contratos) projetava taxa de 12,34%, de 12,35%; e o DI para janeiro de 2021 estava em 11,76%, de 11,74%, na mesma comparação.

Os resultados das contas do governo central também foram observados no Brasil.

Segundo o Tesouro Nacional, o resultado do chamado Governo Central, que reúne as contas do Tesouro Nacional, INSS e Banco Central, registrou déficit de R$ 17,242 bilhões em 2014, marcando o pior desempenho da série histórica que teve início em 1997.

Foi o primeiro déficit da série e corresponde a 0,34% do Produto Interno Bruto (PIB).

O dado contrariou a previsão do governo de fechar o ano com um superávit de R$ 10,1 bilhões e reforça as incertezas dos investidores sobre o cumprimento da meta fiscal do governo.

Também foram divulgados hoje dados da inflação e do desemprego. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) passou de +0,62% em dezembro para +0,76% em janeiro.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reportou que a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país ficou em 4,3% em dezembro de 2014, no limite inferior do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam um resultado entre 4,30% a 5,20%, com mediana de 4,60%.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresEmpresasEmpresas abertasJurosservicos-financeirosTaxas

Mais de Mercados

5 ações para ficar de olho no mercado dos EUA em 2025; veja a lista

Com novo leilão do BC no horizonte, dólar opera em queda e vai a R$ 6,15

Google mostra cotação do dólar errada no Natal; AGU aciona Banco Central

Novo leilão do BC, dívida pública e esperança de estímulos na China: o que move o mercado