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Juros têm alta com dólar e expectativa sobre EUA

Cresceu para mais de 50% a chance de a Selic ser elevada em 0,50 ponto porcentual no encontro do Copom nos dias 28 e 29, com máximo de 7,48% no contrato de DI


	O gatilho para o movimento se deu na quinta, quando o presidente do Fed da Filadélfia se mostrou a favor de reduzir o programa de compra de ativos americanos na próxima reunião do BC do país
 (ARQUIVO/WIKIMEDIA COMMONS)

O gatilho para o movimento se deu na quinta, quando o presidente do Fed da Filadélfia se mostrou a favor de reduzir o programa de compra de ativos americanos na próxima reunião do BC do país (ARQUIVO/WIKIMEDIA COMMONS)

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Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2013 às 17h33.

São Paulo - As taxas futuras de juros, sobretudo as de longo prazo, tiveram nesta sexta-feira mais um dia de forte alta, ainda em reação ao avanço do dólar em âmbito global e diante da expectativa de alteração da política monetária dos Estados Unidos.

Como os investidores estavam pouco posicionados depois da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) e houve saída de estrangeiros da ponta longa da curva, o mercado local também seguiu o movimento, causando uma nova inclinação da curvatura de juros.

A percepção é de que a possibilidade de retirada de estímulos aos EUA por parte do Federal Reserve (Fed, o BC do país) pode seguir pressionando o dólar para cima e sinalizar que a economia norte-americana ganhou tração, o que dificultaria ainda mais o controle das expectativas pelo Banco Central.

Ao término da negociação normal na BM&FBovespa, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 (327.350 contratos) marcava máxima de 7,48%, de 7,45% no ajuste anterior. Com isso, cresceu para mais de 50% a chance de a Selic ser elevada em 0,50 ponto porcentual no encontro do Copom nos dias 28 e 29. O DI com vencimento em janeiro de 2014 (459.025 contratos) apontava 7,96%, também máxima, de 7,88% nesta quinta-feira , 9. O juro com vencimento em janeiro de 2015 (522.015 contratos) indicava 8,35%, de 8,24% na véspera. Entre os longos, o contrato com vencimento em janeiro de 2017 (278.950 contratos) marcava 9,00%, ante 8,87% nesta quinta-feira, e o DI para janeiro de 2021 (10.250 contratos) estava em 9,64%, de 9,47% no ajuste anterior.

O gatilho para esse movimento se deu nesta quinta, quando o presidente do Fed da Filadélfia, Charles Plosser, se mostrou a favor de reduzir o programa de compra de ativos americanos na próxima reunião do BC do país. Tais declarações provocaram elevação do dólar em todo o mundo, incluindo o real.

Até por isso, as taxas curtas também passaram a subir com um pouco mais de intensidade nesta sexta-feira, uma vez que o dólar mais alto pode exigir uma posição mais rígida do BC brasileiro, diante dos efeitos da moeda sobre a inflação corrente e as expectativas. Por outro lado, como a percepção predominante no mercado ainda é de que a estratégia da autoridade monetária será gradual, houve uma inclinação da curva de juros. Nesta sexta, o dólar subiu 0,70% ante o real, cotado a R$ 2,027 no mercado à vista de balcão.

Com isso, os indicadores domésticos conhecidos hoje acabaram em segundo plano. A primeira prévia do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) de maio subiu 0,03%, após apresentar aumento de 0,42% em igual medida de abril, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Do lado da atividade, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que o emprego na indústria aumentou 0,2% na passagem de fevereiro para março, na série livre de influências sazonais. Na comparação com março de 2012, no entanto, o emprego industrial caiu 0,6% em março deste ano.

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