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Juros oscilam entre IPCA-15 e piora externa

Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013, com apenas 48.360 contratos, estava em 7,10%, de 7,09% no ajuste


	Pregão da Bovespa:  a taxa do contrato de juro para janeiro de 2014 marcava 7,42%, ante 7,41% na véspera
 (Divulgação/BM&FBovespa)

Pregão da Bovespa:  a taxa do contrato de juro para janeiro de 2014 marcava 7,42%, ante 7,41% na véspera (Divulgação/BM&FBovespa)

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2012 às 16h53.

São Pauloi - Com o sinal dado pelo Banco Central de que haverá estabilidade da política monetária por um período de tempo "suficientemente prolongado", e o debate, oriundo desta afirmação, sobre quando a Selic voltará a subir, as oscilações das taxas futuras de juros ficaram mais concentradas nos vencimentos intermediários e longos. Na primeira parte dos negócios, o juro projetado por estes contratos subiu em reação ao IPCA-15 de 0,65% em outubro, no teto das estimativas. Mas no decorrer do pregão, a alta das taxas foi perdendo força, em linha com a piora externa e resultado da cautela dos investidores antes do fim de semana.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013, com apenas 48.360 contratos, estava em 7,10%, de 7,09% no ajuste. A taxa do contrato de juro para janeiro de 2014 (330.625 contratos) marcava 7,42%, ante 7,41% na véspera. A partir daí, a oscilação foi um pouco maior. O contrato para janeiro de 2015 mostrava taxa de 7,93%, de 7,91% no ajuste e máxima intraday de 7,98%. O juro para janeiro de 2016 estava em 8,37%, de 8,36% na quinta-feira e máxima de 8,42%. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (128.090 contratos) indicava 8,69%, de 8,68% ontem. O DI janeiro de 2021, com giro de 3.665 contratos, apontava 9,38%, ante 9,36% no ajuste.

A resultado de 0,65% do IPCA-15 mostrou aceleração ante a alta de 0,48% de setembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A variação do índice em 12 meses acelerou para 5,56% até outubro, de 5,31% até o IPCA-15 de setembro. O grupo alimentos e bebidas mostrou aceleração, de +1,08% em setembro para +1,56% em outubro, e respondeu por 0,37 ponto porcentual do índice cheio. Além de alimentos, habitação e vestuário também contribuíram para impulsionar o dado.


Como contraponto, a segunda prévia do IGP-M desacelerou para 0,15%, de 0,84% em igual medição de setembro, e ficou abaixo do piso das estimativas do AE Projeções (0,16%). Os preços dos produtos agrícolas no atacado mostraram deflação de 0,40% na segunda prévia do IGP-M deste mês, em comparação com a alta de 2,60% apurada na segunda prévia do mesmo índice em setembro.

A partir de agora, resta saber quando e com qual intensidade esse recuo dos preços agrícolas chegará no varejo. Thiago Curado, analista da consultoria Tendências, estima que a queda de preços dos produtos agrícolas no atacado tende a alcançar o varejo a partir de dezembro deste ano. A influência, no entanto, não será suficiente para derrubar o IPCA para um patamar abaixo de 0,50%, o que só deve ser alcançado passados os próximos quatro meses, segundo ele.

No exterior, a cúpula de dois dias dos líderes da União Europeia terminou nesta sexta-feira sem nenhuma notícia conclusiva para renovar a confiança dos investidores. O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, continuou dizendo que a decisão sobre um pacote de socorro ainda não tinha sido tomada. Os mercados acionários também cederam sob efeito de balanços considerados negativos do Google e da General Electric.

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