Mercados

Juros longos caem sob pressão de expectativa com eleição

Entre os vértices intermediários e longos, o DI para janeiro de 2016 (240.880 contratos) ficou em 11,22%, ante 11,24% ontem


	Bovespa: taxas acabaram devolvendo os ganhos, principalmente na ponta mais longa
 (Getty Images)

Bovespa: taxas acabaram devolvendo os ganhos, principalmente na ponta mais longa (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2014 às 17h17.

São Paulo - As expectativas em torno de uma possível vitória da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, reforçadas por indicadores econômicos fracos anunciados nesta sexta-feira, 29, pressionaram para baixo os juros futuros, principalmente na ponta mais longa do vértice.

Pela manhã, foi divulgada uma série de indicadores negativos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Produto Interno Bruto (PIB) recuou 0,60% no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre deste ano.

O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas, que esperavam desde uma queda de 1,30% até estabilidade (0,00%), com mediana negativa de 0,40%.

Na comparação com o segundo trimestre de 2013, o PIB recuou 0,90% no segundo trimestre deste ano. Os números do PIB apontam ainda que o Brasil entrou em recessão técnica.

Para a agência de classificação de risco Fitch, a contração na economia do Brasil no segundo trimestre ressalta desafios importantes que o próximo governo do País enfrentará, após a eleição presidencial de outubro.

Segundo a agência, as perspectivas econômicas de médio prazo dependerão muito das medidas tomadas pela próxima administração para restaurar a confiança, reduzir o custo de fazer negócios e facilitar uma transição mais rápida em direção ao crescimento liderado pelo investimento.

A Fitch disse também que o Brasil está passando por uma "desaceleração prolongada".

"O crescimento médio em 2011 a 2013 foi de 2,1%, menos da metade da média de 4,5% no período de 2006 a 2010", afirmou.

Além dos números da atividade econômica, foram anunciados os resultados fiscais do governo central e consolidado.

O governo central informou que registrou déficit de R$ 2,196 bilhões em julho, o resultado mais fraco para o mês desde o início da série histórica, em 1997.

Já o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 4,715 bilhões em julho, o primeiro resultado negativo para o mês na história.

Os indicadores alimentaram as apostas de agentes de analistas do mercado de que Marina Silva tem chances de vencer a disputa eleitoral, desbancando a presidente Dilma Roussef, que tenta se reeleger.

Diante dessas especulações, os juros futuros também recuaram no início da sessão.

As taxas ensaiaram uma recuperação no começo da tarde, em meio a uma realização de lucros.

O movimento, no entanto, não perdurou e as taxas acabaram devolvendo os ganhos, principalmente na ponta mais longa do vértice.

No fim do pregão regular da BM&FBovespa, as taxas mais curtas terminaram perto da estabilidade, enquanto as mais longas recuaram.

O DI para janeiro de 2015 (699.100 contratos) tinha taxa de 10,78%, igual ao ajuste de ontem.

Entre os vértices intermediários e longos, o DI para janeiro de 2016 (240.880 contratos) ficou em 11,22%, ante 11,24% ontem.

O DI para janeiro de 2017 (349.605 contratos) tinha taxa de 11,23%, ante 11,26% na quinta-feira. Já o DI para janeiro de 2021 (150.720 contratos) projetava taxa de 11,13%, de 11,18%.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresEmpresasEmpresas abertasJurosservicos-financeirosTaxas

Mais de Mercados

Shutdown evitado nos EUA, pronunciamento de Lula e Focus: o que move o mercado

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade