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JPMorgan recomenda cautela com Oi após anúncio de fusão

Companhia anunciou hoje um acordo para fusão entre a empresa brasileira e a Portugal Telecom


	Loja da Oi: cautela se justifica pela iminência de massivo aumento de capital em meio a mudanças operacionais no negócio de telefonia sem fio no Brasil
 (Marcelo Correa / EXAME)

Loja da Oi: cautela se justifica pela iminência de massivo aumento de capital em meio a mudanças operacionais no negócio de telefonia sem fio no Brasil (Marcelo Correa / EXAME)

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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2013 às 19h05.

São Paulo - Os analistas André Baggio e Marcelo Santos, do banco americano JPMorgan, recomendam cautela para os investidores com as ações da empresa de telefonia Oi. A companhia anunciou hoje um acordo para fusão entre a empresa brasileira e a Portugal Telecom (PT), sob o comando do atual presidente Zeinal Bava, seguido de um aporte de capital de R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões em dinheiro para melhorar o balanço da nova operadora, que se chamará CorpCo.

Haverá ainda uma oferta de ações ordinárias e preferenciais da Oi de R$ 6,1 bilhões, para pagamento dos ativos da PT, totalizando um aumento de capital de R$ 13,1 bilhões a 14,1 bilhões na empresa brasileira.

Segundo o banco, a cautela se justifica pela iminência de um massivo aumento de capital em meio a significativas mudanças operacionais no negócio de telefonia sem fio no Brasil, além da falta de apetite dos investidores para pagar antecipadamente por ganhos de sinergia. O banco tem recomendação Neutra para o papel, apesar da entrada da empresa no Novo Mercado da bolsa, tendo em vista também a baixa visibilidade das sinergias potenciais da operação.

A união das empresas depende ainda do sucesso do aumento de capital e do sinal verde das autoridades brasileiras, mas, uma vez aprovada, resultará na união das ações da Oi e da PT em um único papel listado no Novo Mercado da Bovespa, além da Euronext Portugal e na Bolsa de Nova York (Nyse).

A relação de troca foi definida pelos preços de mercado dos últimos 30 dias e resultaram em uma ação ordinária (ON, com voto) da Oi (OIBR3) por uma ação da CorpCom e uma ação preferencial (PN, sem voto, OIBR4) por 0,9211 ação da nova empresa. Já a ação da Portugal Telecom será trocada por 0,633 novas ações e mais € 2,2911 em novas ações no aumento de capital. Assim, a participação de 60% da Portugal Telecom vai depender do preço dos papéis no aumento de capital.


A alavancagem da empresa continuará elevada, segundo o JP Morgan, em 3,3 vezes na relação dívida líquida/geração livre de caixa (Lajida), mesmo após o aumento de capital de R$ 8 bilhões. Mas a operação, observa o banco, deixará a Oi em melhores condições para disputar a Tim, que pode ser vendida pela Telecom Itália para reforçar seu balanço.

O banco acredita que o mercado não deve pagar antecipadamente por sinergias futuras, que poderiam ser avaliadas em R$ 5,5 bilhões, incluindo R$ 3,3 bilhões em sinergias operacionais e mais R$ 2,2 bilhões em sinergias financeiras. “Não está claro para nós se há sinergias fiscais na operação e se elas estão incluídas no valor presente líquido da empresa”, diz o relatório.

O massivo aumento de capital também terá impacto sobre os preços das ações, uma vez que a capitalização de mercado da Oi hoje é de R$ 7 bilhões, mesmo depois das subscrições de R$ 2 bilhões da TMartPart e BTG Pactual.

O banco considera, porém, positiva a entrada da companhia no Novo Mercado, que acabará com as duas classes de ações e garantirá 100% de direito ao prêmio de controle (tag along) em caso de venda.

Os próximos passos da operação devem ser a aprovação pelos acionistas com direito a voto, a aprovação pelas autoridades, incluindo Cade, Anatel, Anacom, Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Securities and Exchange Commission (SEC).

Às 11h40, as ações ON da Oi estavam em alta de 8,95% e as PN, de 11,37%, enquanto o Índice Bovespa subia 0,11%, aos 53.240 pontos.

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