Rebanho da JBS nos EUA: hoje, rendimento dos títulos em dólar da empresa é de 6,2% (John Blake/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 12 de abril de 2011 às 08h57.
Nova York/São Paulo - O rendimento dos títulos em dólar da JBS SA está caindo e se aproximando dos chamados “junk bonds” americanos. A convergência se deve ao anúncio da empresa de que vai transferir US$ 2 bilhões de passivo para uma subsidiária no Colorado.
A taxa dos papéis da JBS com vencimento em 2018 caiu 16 pontos-base para 7,6 por cento desde 24 de março, quando o diretor-presidente, Wesley Batista, anunciou a reestruturação de passivos. No mercado de junk bonds americano, o rendimento médio dos títulos é de 6,9 por cento, de acordo com um índice do Barclays Capital. Os títulos de 2017 da Smithfield Foods Inc., cuja nota B+ está dois graus abaixo do BB da JBS pela Standard & Poor’s, rendem 6,2 por cento.
A convergência deve continuar porque há expectativa de que papéis da JBS serão incluídos em índices de títulos de alto rendimento, disse Ivan Fernandes, analista do Barclays Plc. Para Luz Padilla, que ajuda a administrar cerca de $9 bilhões na DoubleLine Capital LP, o rendimento dos títulos de 2018 vai cair até 50 pontos-base mais.
“Comparado ao universo dos títulos americanos de alto rendimento, esta companhia está bem barata”, disse Fernandes, analista de crédito do Barclays Latin America, de Nova York.
Fernandes prevê que o rendimento dos títulos da JBS recue para entre 7,25 e 6,75 por cento, se a dívida for garantida pela unidade nos Estados Unidos e pela controladora.
Universo maior de investidores
O diretor financeiro da JBS USA Holdings Inc., André Nogueira, disse em 6 de abril a investidores que a JBS brasileira poderá vender papéis por meio da subsidiária de Greeley, Colorado, e usar os recursos para antecipar o pagamento de dívidas bancárias. As operações nos Estados Unidos responderam por 73 por cento da receita da JBS no quarto trimestre.
“É um passo importante para a JBS sair de um espaço de mercados emergentes para o mercado high yield americano porque o dinheiro disponível para investimentos é maior”, disse Padilla em entrevista 5 de abril de Los Angeles. “Os investidores ficam mais à vontade num ambiente regulatório nos EUA.”