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JBS (JBSS3): melhora de margem impressiona e ação lidera alta do Ibovespa

Companhia reverteu prejuízo e apresentou lucro líquido de R$ 1,65 bilhão no primeiro trimestre; recuperação da Seara surpreende analistas

JBS: empresa reverte prejuízo e apresenta lucro líquido de R$ 1,65 bilhão no 1º tri (JBS/Divulgação)

JBS: empresa reverte prejuízo e apresenta lucro líquido de R$ 1,65 bilhão no 1º tri (JBS/Divulgação)

Guilherme Guilherme
Guilherme Guilherme

Repórter de Invest

Publicado em 15 de maio de 2024 às 15h30.

Última atualização em 15 de maio de 2024 às 15h32.

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As ações da JBS (JBSS3) chegam a subir até 9% nesta quarta-feira, 15, com investidores reagindo positivamente ao balanço do primeiro trimestre, divulgado ontem, 14. O lucro líquido da companhia foi de R$ 1,65 bilhão contra um prejuízo de R$ 1,45 bilhão no mesmo período do ano passado. O Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 6,4 bilhões, 197% mais alto e 26% acima do consenso de mercado da Bloomberg. Às 15h30, os papéis subiam 6,92%, sendo negociados a R$ 26,98. 

Além do forte Ebitda para o período, analistas do Bank of America destacaram o forte avanço de margem nas operações da Seara, com salto de 10,1 pontos percentuais para 11,6%. "A Seara vem passando por um processo de turnaround desde o 1T23, com grande foco na parte operacional do negócio e ramp-up da nova capacidade inaugurada nos últimos anos. Vimos uma recuperação gradual das margens nos últimos nove meses de 2023, de um dígito baixo para médio, mas a expansão no 1T24 foi mais forte do que o esperado", diz o relatório.

Os analistas também destacaram a margem Ebitda da divisão americana de carnes de boi (USA Beef). Embora embora tenha sido negativa em 0,2% no trimestre, a expectativa era de números piores, dado o momento de maior escassez do ciclo do boi nos Estados Unidos. USA Beef é a principal divisão da JBS, responsável por cerca de 30% do faturamento da empresa. Houve aumento de margem em todas as outras divisões.

Analistas do Goldman Sachs avaliam que a redução de consumo de carne bovina impulsionou a demanda por suíno e frango nos Estados Unidos. "A carne bovina, como esperado, continuou em tendência negativa, embora melhor que o esperado, entregando rentabilidade positiva em um trimestre sazonalmente fraco", avalia.

Poder de diversificação

"A diversificação da JBS cumpre agora o seu papel. Acreditamos que Pilgrim's, USA Porks e Austrália  deveriam ser beneficiários diretos da desaceleração do ciclo bovino dos EUA, enquanto as operações brasileiras também estão se beneficiando de fundamentos cíclicos mais fortes e, potencialmente, superando ventos contrários que prejudicaram as margens nos últimos trimestres", afirma o relatório do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da Exame). 

A estratégia de diversificação se tornou um mantra dentro da companhia nos últimos anos, no intuito de tornar as margens mais estáveis e, consequentemente, reduzir a volatilidade do negócio.

"Os números deste trimestre reforçam nossa confiança na estratégia de longo prazo da JBS, focada na expansão de nossa plataforma global multiproteínas e na consolidação de nosso portfólio de marcas fortes e produtos de valor agregado", disse a JBS em apresentação do balanço do primeiro trimestre.

As operações JBS Brasil e Austrália, onde a empresa vem se beneficiando de um momento positivo do ciclo do boi, também surpreenderam positivamente.

"Chamamos atenção para as vendas de exportação do Brasil, que aumentaram 60% no comparativo anual, superando materialmente o crescimento de 7% da Minerva, com as novas autorizações para a China adicionando mais vantagens para os próximos 12 meses", diz o Goldman Sachs.

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