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JBS (JBSS3) dispara 11% após balanço do 3º tri. Vale investir?

Companhia surpreendeu analistas com potencial de diversificação geográfica; receita cresce 6,8%

JBS (JBSS3): ações da companhia disparam após balanço (Chet Strange / Correspondente/Getty Images)

JBS (JBSS3): ações da companhia disparam após balanço (Chet Strange / Correspondente/Getty Images)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 11 de novembro de 2022 às 17h17.

Última atualização em 11 de novembro de 2022 às 17h21.

As ações da JBS (JBSS3) são um dos destaques do pregão nesta sexta-feira, 11, disparando mais de 11%. Os papéis reagem ao balanço da companhia divulgado na noite de ontem.

A companhia teve queda de 47% no lucro líquido no período, mas ainda registrou números fortes: R$ 4 bilhões em lucro. Já a receita líquida cresceu 6,8%, para R$ 98,928 bilhões. O Ebitda ajustado, principal indicador de caixa operacional da companhia, passou de R$ 13,929 bilhões para R$ 9,545 bilhões, queda de 31,5%.

O resultado da companhia foi afetado pela normalização das margens de carne bovina nos Estados Unidos, fenômeno que já era esperado pelo mercado. O que surpreendeu os analistas foi o potencial de diversificação geográfica da empresa. 

Enquanto o Ebitda da JBS USA North América caiu 67,5%, para R$ 2,5 bilhões, o indicador de caixa operacional da Seara teve incremento de 80 9%, para R$ 1,8 bilhão. A Seara teve receita líquida 10,2% maior do que em igual período do ano anterior, para R$ 11,767 bilhões. 

Para os analistas do Itaú BBA, a Seara foi o grande destaque do balanço, com destaque para a plataforma diversificada da JBS que “coloca a empresa em uma posição confortável para enfrentar um período incerto para as margens de carne bovina dos EUA daqui para frente”, afirmam. 

“No entanto, o momento parece estar seguindo uma tendência de queda, já que as aves nos EUA também estão mostrando spreads decrescentes à medida que entramos no quarto trimestre. Nesse sentido, prevemos que a Seara provavelmente será a última unidade de negócios com tendências de melhoria de rentabilidade no restante do ano, à medida que o momento da JBS desacelera ainda mais”, dizem.

A recomendação do banco é de compra para os papéis da JBS, com preço-alvo de R$ 54, o que representa um potencial de valorização (upside) de 117% frente ao último fechamento.

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O BTG Pactual (do mesmo grupo da EXAME) também tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 54. Em relatório, os analistas destacaram a força da Seara e o preço atrativo das ações frente aos seus pares.

“Apesar de tudo o que a JBS entregou nos últimos anos, as ações são negociadas a meros 4x EV/EBITDA 23E, um grande desconto para pares globais e abaixo da maioria de seus pares locais, menores, menos diversificados e mais alavancados”, comentaram.

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