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Já negociamos com 90% dos fornecedores, diz CEO da Marisa após pedido de falência por credores

Em meio ao processo de reestruturação do negócio, a varejista já foi alvo de três pedidos de fornecedores na Justiça

Marisa: diretor estatutário deixa a empresa (Marisa/Divulgação)

Marisa: diretor estatutário deixa a empresa (Marisa/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 11 de maio de 2023 às 18h43.

Última atualização em 11 de maio de 2023 às 18h52.

Em reestruturação de suas dívidas e processo de enxugamento da operação, a varejista de moda Marisa (AMAR3) acumula em maio pelo menos três pedidos de falência solicitados por credores. O pedido mais recente é da MGM Comércio de Acessório de Modas, que alega uma dívida de R$ 363,5 mil. Outros dois são da fabricante de calçados One Flip e a Plasútil, de utensílios plásticos. 

Em entrevista à EXAME Invest, o CEO, João Nogueira Batista, diz que a empresa ainda não foi citada, mas que todos os casos tratam-se de débitos de pequeno valor e sobre os quais a empresa tem buscado negociação. "Além disso, já negociamos com quase 90% dos fornecedores", diz.

A empresa respondeu a dois ofícios da Comissão de Valores Mobiliários, informando que não foi citada pelos processos da Plasútil, no valor de R$ 173,5 mil, e da MGM, de R$ 363,5 mil. A reportagem não conseguiu ter acesso à ação da One Flip. Todas as ações estão no Tribunal de Justiça de São Paulo. Veja também: Longo desafio: renegociação de R$ 200 milhões da Marisa resolve só o curto prazo

Reestruturação da Marisa

A varejista encerrou o ano de 2022 com dívida bruta 8,4% maior, a R$ 874,6 milhões, e dívida líquida de R$ 560 milhões, 12,4% mais do que um ano antes. Os números do primeiro trimestre serão apresentados na próxima segunda-feira, 15, após o fechamento do mercado.

O plano para cerca de três meses, cuja previsão de conclusão é até meados de junho, era fechar 90 lojas deficitárias. Nesta quinta-feira, o executivo estava voltando do Ceará, onde fechou uma loja e conversou com funcionários de outra parar tratar de melhorias necessárias para a manutenção do ponto comercial.

"Foi muito emotivo o 'abraço' que fomos dar em nome de todos aos funcionários da loja 942 em Maracanaú. A loja fecha domingo e a equipe liderada pela Isabel (mais de 20 anos de Marisa) estava lá trabalhando e atendendo os últimos clientes com dedicação e lágrimas. Muito obrigado mesmo! Estamos orgulhosos de vcs. [sic] Na loja 568 no centro em Fortaleza foi uma conversa aberta e transparente e discutimos algumas medidas para tentar evitar o fechamento. Vamos ver se dá certo", escreveu na tarde desta quinta-feira, 11, o executivo em seu perfil no LinkedIn. As visitas às lojas têm sido recorrentes desde que Batista assumiu o comando da Marisa, em fevereiro.

A empresa calcula que o fechamento dos 90 pontos de venda tem custo de R$ 50 milhões e capacidade de geração de caixa positivo de R$ 70 milhões por ano já em 2024. A redução proporcional de SG&A (despesas de vendas, gerais e administrativas) deverá viabilizar uma geração extra de caixa da ordem de R$ 30 milhões/ano.

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