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Itaú (ITUB4): o que esperar do balanço do 4º tri após queda do Bradesco

Maior banco privado do país divulga números do trimestre depois do fechamento do mercado; inadimplência pode limitar avanço do resultado

Agência do Itaú: decepção de investidores com resultados de Bradesco e Santander pesa sobre expectativas do maior banco do país | Foto: Pilar Olivares/Reuters (Pilar Olivares/Reuters)

Agência do Itaú: decepção de investidores com resultados de Bradesco e Santander pesa sobre expectativas do maior banco do país | Foto: Pilar Olivares/Reuters (Pilar Olivares/Reuters)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 10 de fevereiro de 2022 às 06h30.

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O Itaú (ITUB4), maior banco privado do País, apresenta o seu resultado no quarto trimestre de 2021 nesta quinta-feira, dia 10, após o fechamento do mercado. A projeção do mercado é que a companhia apresente um lucro de 6,766 bilhões de reais, o que representaria um avanço de 12% na comparação anual, segundo cálculos da corretora Necton.

As expectativas são positivas, com grande parte dos analistas esperando que o Itaú tenha registrado um resultado forte impulsionado por incrementos na carteira de crédito.

“Esperamos que o Itaú lidere o crescimento de lucros do setor em 2022, com ganhos 10,5% maiores, já que o banco é o maior beneficiário do ciclo de taxas [de juros mais alta]”, destacaram os analistas do Credit Suisse em relatório divulgado no último mês. A Selic passou de 2% ao ano para 9,25% em dezembro do ano passado.

De lá para cá, no entanto, o quadro mudou. Santander (SANB11), há uma semana, e Bradesco (BBDC3/BBDC4), ontem, divulgaram resultados trimestrais que frustraram as expectativas de mercado e foram penalizados. 

Os dois bancos privados apresentaram crescimento em sua carteira de crédito, mas tiveram lucros menores que o esperado devido ao aumento da inadimplência – tendência que pode afetar também o Itaú.

“Com juros mais altos, aumento do endividamento das famílias e inflação crescendo, devemos ver um ano bem difícil em termos de inadimplência”, afirmou Leo Monteiro, analista da corretora Ativa Investimentos.

Ontem, dia 9, as ações preferenciais do Bradesco (BBDC4) amargaram baixa de quase 9% com a notícia de que o lucro líquido recorrente caiu 2,8% no quarto trimestre na comparação anual. O Bradesco registrou lucro recorrente de 6,61 bilhões de reais, abaixo do consenso de mercado que esperava lucro de 6,91 bilhões de reais no período. 

Investidores também ficaram decepcionados com o guidance apresentado, o conjunto de projeções para o ano. Colocando as perdas esperadas com inadimplência na equação, o guidance divulgado indicou um lucro de 28 bilhões de reais para o Bradesco no ano cheio de 2022, um resultado 4% abaixo do esperado por analistas do BTG Pactual.

Já o Santander (SANB11) registrou um lucro de 3,88 bilhões entre outubro e dezembro de 2021, com queda de 2% em relação ao mesmo período de 2020. Era esperado um lucro de 4,309 bilhões. O resultado foi afetado, entre outros fatores, pela inadimplência de pessoas físicas. No pregão após a divulgação, as units do banco caíram 3%.

É possível que o Itaú sofra dos mesmos problemas, mas as perspectivas são melhores do que as dos concorrentes. “O aumento do custo de crédito [com inadimplência] que aconteceu com o Bradesco pode se repetir com o Itaú. Ainda assim, o resultado deve vir em linha com o terceiro trimestre, talvez um pouco menor por causa desse aumento”, afirmou Monteiro.

Em relatório enviado a clientes após a divulgação do balanço do Bradesco, o BTG Pactual reforçou que o Itaú é a sua principal escolha para o setor bancário. “Esperamos que o Itaú apresente o melhor conjunto de resultados entre os bancos nesta temporada de balanços”, afirmaram os analistas.

Na próxima terça-feira, dia 14, o Banco do Brasil (BBSA3) divulga o seu balanço após o fechamento do mercado, encerrando a temporada para os grandes bancos com capital aberto.

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