IPCA de setembro, intervenção do BoE, prévia da Direcional e o que mais move o mercado
Índices de Nova York sinalizam quinto pregão seguido de queda; no Brasil, economistas esperam pelo terceiro mês de deflação
Guilherme Guilherme
Publicado em 11 de outubro de 2022 às 07h20.
Última atualização em 11 de outubro de 2022 às 07h39.
Bolsas internacionais voltam a cair nesta terça-feira, 11, com índices futuros de Wall Street ensaiando o quinto pregão consecutivo de perdas ainda no mercado de futuros.
A luta de bancos centrais contra a inflação segue como pano de fundo do maior pessimismo do mercado, amplificado pela queda do desemprego americano divulgada no fim da última semana. Com a taxa a apenas 3,5%, investidores temem que o pleno emprego alimente ainda mais a inflação do país. Segundo o próprio Federal Reserve, o controle de preços deve passar por alguns danos ao mercado de trabalho.
Com a criação de empregos ainda pujante, investidores veem maior espaço para altas de juros. Em mais um sintoma das expectativas de juros mais elevados, os rendimentos dos títulos do Tesouro americano voltam a subir nesta manhã, com o com vencimento em 10 anos voltando a flertar com a casa dos 4%.
Nesta terça, foi a força mercado de trabalho britânico que surpreendeu, com queda inesperada da taxa de desemprego de 3,6% para 3,5%. No Reino Unido, onde temores fiscais também contribuem para as projeções de juros mais altos, o Bank of England voltou a atuar no mercado de títulos na tentativa de controlar os preços por meio de recompras.
Mas não apenas os trabalhadores devem sofrer com o aperto financeiro. Algumas empresas americanas, como FedEx e Target, já emitiram alertas sobre os impactos macroeconômicos em suas operações e mais detalhes devem ser acompanhados de perto nos balanços do terceiro trimestre.
A temporada de resultados já começou no exterior e os números mais aguardados da semana são os de grandes bancos, como J.P. Morgan e Wells Fargo. Ao longo da semana, investidores ainda devem repercutir o Índice de Preço ao Consumidor ( CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, previsto para esta quinta-feira, 13.
Desempenho dos indicadores às 7h20 (de Brasília):
- Dow Jones futuro (Nova York): - 0,84%
- S&P 500 futuro (Nova York): - 0,95%
- Nasdaq futuro (Nova York): - 0,97%
- DAX (Frankfurt): - 1,25%
- CAC 40 (Paris): - 0,89%
- FTSE 100 (Londres): - 1,28%
- Stoxx 600 (Europa): - 1,20%
- Hang Seng (Hong Kong): - 2,23%
IPCA de setembro
Já o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro será divulgado nesta manhã aqui no Brasil. A expectativa é de que o principal índice de inflação do país revele o terceiro mês consecutivo dedeflação, puxada por queda de preços de combustíveis e alimentos. O consenso da Bloomberg é de que o IPCA mensal fique negativo em 0,33%, com a inflação anual caindo de8,7% para 7,12%.
Segundo o boletim Focus, de projeções de economistas do mercado, o IPCA deve terminar o ano em 5,71%.
Prévia da Direcional
Enquanto a temporada de balanços não começa no Brasil, as companhias já estão divulgando suas prévias do período. Na última noite foi a vez da Direcional (DIRR3). A incorporadora rerportou seu melhor trimestre de vendas líquidas, atingindo R$ 847 milhões, 32% acima do apresentado no mesmo período do ano passado.
Apesar do desempenho, a empresa teve geração de caixa negativa em R$ 6 milhões. No acumulado do ano, o consumo de caixa da Direcional está em R$ 20 milhões.
"Esse cenário é resultado, sobretudo, da relevante expansão das obras em andamento, além da gestão ativa dos estoques de suprimentos, que tem se mostrado uma estratégia assertiva para a manutenção da solidez da rentabilidade da operação", disse a Direcional sobre o consumo de caixa.
Pregão pré-feriado
Vale lembrar que amanhã, dia 12, é feriado nacional em homenagem à Nossa Senhora Aparecida. Ou seja, não haverá pregão.