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Investimento de mudanças climáticas rende quase 200% e deixa Ibovespa para trás

Índice de transição climática da União Europeia superou o retorno das principais bolsas de valores do mundo

São Paulo SP 12/11/2023 Termometro marcando 39 graus na região da Praça da Sé.   Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil (Paulo Pinto/Agência Brasil)

São Paulo SP 12/11/2023 Termometro marcando 39 graus na região da Praça da Sé. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil (Paulo Pinto/Agência Brasil)

Guilherme Guilherme
Guilherme Guilherme

Repórter de Invest

Publicado em 14 de novembro de 2023 às 12h17.

Última atualização em 14 de novembro de 2023 às 14h07.

A onda de calor que atinge grande parte do Brasil nesta semana tem aumentado o debate sobre mudanças climáticas e eventos extremos associados ao meio ambiente. Essa pauta, porém, vem sendo discutida há anos no mercado financeiro, onde investidores buscam antecipar as principais tendências dos próximos anos. O objetivo, obviamente, é o lucro – e quem tem optado por empresas alinhadas às boas práticas tem ganhado com isso.

Um dos principais investimentos nessa frente são os associados MSCI World Climate Change CTB Select Index, índice considerado um benchmark de transição climática da União Europeia. O índice, que abrange ações de 23 países desenvolvidos, busca oferecer uma visão do desempenho de empresas que estão alinhadas com os objetivos de transição climática, levando em consideração fatores relacionados a riscos e oportunidades ambientais.

São excluídos do índice ações de empresas que obtêm receitas significativas com a fabricação de produtos de tabaco, mineração de carvão térmico e geração de energia a carvão térmico. Essa exclusão visa alinhar o índice com critérios éticos e sustentáveis, evitando investimentos em setores considerados prejudiciais ao meio ambiente e à saúde.

A aposentadoria antecipada dos combustíveis fósseis como parte da transição energética, segundo o Bank of America, deverá gerar um prejuízo de US$ 1,5 trilhão. "Simultaneamente, a necessidade de as empresas adoptarem práticas empresariais sustentáveis ​​só se intensifica. Até 2070, o custo financeiro da destruição climática poderá ser mais de duas vezes o investimento necessário para se tornarem neutro em emissão de carbono", afirmou Dimple Gosai, estrategista de ESG do Bank of America.

O índice foi há dez anos e, desde então, já acumulou um retorno de 189% em euro. Sua rentabilidade nominal supera os principais índices de ações do mundo, como o MSCI World, que rendeu 161% no período. O americano S&P 500, considerado o mais importante do mundo, rendeu cerca de 160% no mesmo período e o Ibovespa 133%. A diferença em relação ao principal índice da bolsa brasileira é ainda maior, levando em conta sua variação em moeda estrangeira. Em dólar, o Ibovespa está praticamente estável em relação à sua cotação de dez anos atrás, devido à desvalorização do real. Em dólar, o MSCI World Climate Change CTB Select Index teria rendido 122%.

Do que o índice é composto

Cerca de três quartos do índice é formado por ações de empresas americanas. As maiores posições, atualmente, são em Nvidia, Microsoft e na companhia de veículos elétricos Tesla. Empresas de saúde, como Lilly Company e UnitedHealth também possuem posições relevantes no índice. Ao todo, 1,311 empresas participam do índice, seno a maior posição a da Nvidia, de 5,33%.

 

ETFs de mudanças climáticas

Há no mercado alguns ETFs (fundos passivos) que seguem o índice de mudança climática europeu, como o gerido pela maior gestora europeia Amundi.

O mercado europeu, vale ressaltar, é considerado o mais avançado em questões ambientais. Fundos sustentáveis gerem cerca de US$ 2,3 trilhões na Europa, segundo o Morningstar, contra apenas US$ 229 bilhões nos Estados Unidos.

No mercado americano, no entanto, vêm surgindo cada vez mais opções de investimento atreladas às mudanças climáticas, como os ETFs BlackRock Future Climate and Sustainable Economy e o JPMorgan Climate Change Solutions ETF, ambos de 2021.

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