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Investidores nos EUA podem processar Gerdau por Zelotes

Recibos de ações da companhia na NYSE sofreram forte perda após presidente e diretores da siderúrgica terem sido indiciados pela PF


	André Gerdau: presidente da siderúrgica foi indiciado pela PF na semana passada
 (Germano Luders/Exame)

André Gerdau: presidente da siderúrgica foi indiciado pela PF na semana passada (Germano Luders/Exame)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 19 de maio de 2016 às 13h56.

São Paulo - O suposto envolvimento da Gerdau (GGBR4) na Operação Zelotes da Polícia Federal pode render processos à companhia nos Estados Unidos, segundo o jornal Valor Econômico.

De acordo com a publicação, cinco escritórios americanos de advocacia estariam estudando abrir uma ação coletiva contra a siderúrgica, visando reaver prejuízos sofridos por detentores de ADRs (recibos de ações negociados no mercado americano) da empresa.

Os papés sofreram expressivas perdas com o indiciamento do presidente do grupo, André Gerdau, e mais 18 pessoas na sexta fase da operação da PF que investiga fraudes em julgamentos no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais).

André e outros membros da diretoria da Gerdau foram indiciados de terem cometido práticas ilegais para evitar multas de R$ 1,5 bilhão. 

A sexta fase da Zelotes foi deflagrada em fevereiro e o indiciamento dos diretores da Gerdau ocorreu no dia 16 deste mês. De 16 para 17 de maio, os ADRs da companhia na Bolsa de Nova York perderam 7,5%. 

Aqui no Brasil, as ações da siderúrgica completam hoje seis dias no vermelho. Os papéis derreteram cerca de 23% no período.

A Gerdau negou ter oferecido vantagens indevidas a funcionários públicos para obter decisões favoráveis do Carf e disse que só teve conhecimento do inquérito da PF ontem. 

Vale

A Gerdau não é a única empresa brasileira a ser cobrada por investidores nos Estados Unidos por prejuízos com os ADRs. 

Acionistas da Vale (VALE5), por exemplo, pedem na Justiça americana o ressarcimento de US$ 1 bilhão por a empresa supostamente ter omitido informações e publicado comunicados falsos sobre suas operações na cidade de Mariana, em Minas Gerais.

Em novembro do ano passado, a barragem do Fundão operada pela Samarco, empresa controlada pela Vale e a BHP Billiton, em Mariana, se rompeu. Várias pessoas morreram e outras ficaram desaparecidas.

A ação coletiva foi protocolada no fim do mês passado nos EUA. Além da Vale, também são acusados no processo o presidente da companhia, Murilo Ferreira, o diretor de finanças Luciano Siane e o diretor executivo de minerais ferrosos Peter Poppinga.

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