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Inflação global não está morta, diz Hildebrand, da BlackRock

Os mercados financeiros têm subestimado o risco de aceleração da inflação segundo o vice-presidente do conselho da gestora

O presidente do Banco Nacional Suíço (BNS), Philipp Hildebrand (Fabrice Coffrini/AFP/AFP)

O presidente do Banco Nacional Suíço (BNS), Philipp Hildebrand (Fabrice Coffrini/AFP/AFP)

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Beatriz Quesada

Publicado em 27 de novembro de 2020 às 12h10.

Última atualização em 27 de novembro de 2020 às 12h37.

(Bloomberg) Philipp Hildebrand, vice-presidente do conselho da gestora BlackRock, disse que os mercados financeiros têm subestimado o risco de aceleração da inflação no médio prazo, especialmente porque os bancos centrais terão dificuldades para aumentar os juros, mesmo com as maiores pressões sobre os preços.

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Hildebrand, que foi presidente do banco central suíço, disse que não compartilha da opinião geral de que “a inflação está morta”.

Com a dívida pública em níveis recordes na pandemia, “a decisão de começar a apertar as condições monetárias será mais politizada”, disse em evento em Viena, porque os governos enfrentariam custos mais altos do serviço da dívida.

“Será um desafio recuar da abordagem de política monetária atual, mesmo quando a inflação começar a subir”, disse em evento na holding estatal austríaca OeBAG.

A pandemia causou a pior recessão global em tempos de paz, por isso economistas e autoridades monetárias têm se concentrado principalmente nos efeitos negativos da deflação, e não na alta dos preços ao consumidor. Os principais bancos centrais globais também tiveram dificuldades para cumprir as metas de inflação na década que se seguiu à crise financeira global, apesar de injeção de trilhões de dólares em estímulos monetários.

Hildebrand disse que os novos regimes dos bancos centrais tentam, em parte, produzir cenários de inflação acima da meta. Essa tendência pode ser reforçada por pressões dos governos sobre os bancos centrais para manterem os juros baixos por um longo período.

Cadeias de suprimento

Hildebrand é também o candidato da Suíça para se tornar o próximo secretário-geral da OCDE, o órgão com sede em Paris que tem como objetivo promover o crescimento econômico e a cooperação no mundo todo. Ele disse que os países precisam melhorar a cooperação para fortalecer a luta global contra a mudança climática e a desigualdade econômica. Além disso, a Covid pode resultar em economias menos abertas.

Os custos globais de produção serão maiores e cadeias de suprimento mais complexas podem levar ao aumento dos preços, custos e demandas salariais, em particular em países onde prevalece a desigualdade econômica. Multinacionais também podem subir os preços diante da menor concorrência entre os países devido a linhas de produção globais menos integradas.

“Empresas globais dominantes terão mais poder de precificação do que nunca para repassar custos salariais mais elevados aos consumidores”, disse. “O mundo nunca viu tantas superpotências.” A produção mais sustentável e ecológica também resultará em custos de produção mais elevados, afirmou.

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