Mercados

Indicadores dos EUA elevam juros futuros

Apesar de um fechamento no campo positivo, os juros futuros chegaram a tocar nas mínimas quando foi anunciada a decisão do BCE


	Bovespa: ao término da sessão regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para abril de 2014 (219.210 contratos) estava em 10,12%
 (BM&FBovespa/Divulgação)

Bovespa: ao término da sessão regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para abril de 2014 (219.210 contratos) estava em 10,12% (BM&FBovespa/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2013 às 16h19.

São Paulo - Em um dia de muita volatilidade nos mercados globais, as taxas futuras de juros fecharam mais uma vez em alta. O IPCA de outubro abaixo da mediana das estimativas trouxe, inicialmente, tendência de queda, apagada rapidamente depois que os investidores observaram o aumento dos núcleos e do índice de difusão do indicador.

Depois, com o PIB dos EUA acima do esperado, a leitura de que o Federal Reserve, o banco central norte-americano, pode reduzir estímulos fez o dólar subir. Na reta final, a moeda se consolidou acima de R$ 2,30, ajudando a garantir o avanço dos juros. Além disso, a questão fiscal continuou como pano de fundo para os negócios.

Ao término da sessão regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para abril de 2014 (219.210 contratos) estava em 10,12%, de 10,08% no ajuste anterior.

O juro para janeiro de 2015 (440.095 contratos) indicava máxima de 10,91%, de 10,78% no ajuste de quarta-feira, 06. Na ponta mais longa da curva a termo, o DI para janeiro de 2017 (349.835 contratos) apontava máxima de 12,03%, ante 11,90% na véspera. A taxa do DI para janeiro de 2021 (13.425 contratos) marcava 12,43%, também máxima, de 12,33% no ajuste anterior.

O estrategista-chefe do Banco Mizuho no Brasil, Luciano Rostagno, destacou a piora de diversos componentes do IPCA, que subiu 0,57%, um pouco abaixo da mediana esperada de 0,60%.

"Houve piora dos núcleos e do índice de difusão. Além disso, a inflação dá sinais de ter se estabilizado ao redor de 5,85%, o que é preocupante, dado o cenário de possível redução de liquidez global, que pode provocar nova rodada de alta do dólar e pressionar os preços", avaliou.


E a moeda dos EUA realmente foi fator de pressão para os juros hoje. O dólar subiu com força após o PIB norte-americano mostrar crescimento de 2,8%, acima das estimativas do mercado, de 2%, reforçou a leitura de que o Federal Reserve pode reduzir os estímulos no curto prazo, apagando o efeito do anúncio do BCE.

Assim, a divisa dos EUA no mercado à vista de balcão terminou cotada a R$ 2,3060, com avanço de 1,05%.

Vale ressaltar, por outro lado, que analistas destacaram que a expansão de 2,8% no terceiro trimestre foi em boa parte puxada pelo aumento dos estoques do setor privado e que, excluindo esse fator, o crescimento seria de 2,0%, uma leve desaceleração em relação ao ritmo de +2,1% do segundo trimestre.

E sem um aumento expressivo do consumo para reduzir os estoques, a produção cairia mais adiante. Por isso, o juro da T-note de 10 anos caía para 2,605% às 16h33, de 2,645% na quarta-feira, 06.

Apesar de um fechamento no campo positivo, os juros futuros chegaram a tocar nas mínimas quando foi anunciada a decisão do BCE. Segundo um operador, o movimento pode ser explicado pela possibilidade de aumento momentâneo da liquidez diante desse anúncio.

"Seria mais dinheiros disponível também para os outros mercados", afirmou essa fonte, salientando, porém, que o comportamento foi passageiro.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresEmpresasEmpresas abertasJurosservicos-financeirosTaxas

Mais de Mercados

Realização de lucros? Buffett vende R$ 8 bilhões em ações do Bank of America

Goldman Sachs vê cenário favorável para emergentes, mas deixa Brasil de fora de recomendações

Empresa responsável por pane global de tecnologia perde R$ 65 bi e CEO pede "profundas desculpas"

Bolsa brasileira comunica que não foi afetada por apagão global de tecnologia

Mais na Exame