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Independência quer congelar dívida para não falir

Investidores interessados em reestruturar a companhia querem negociar com credores e converter débitos em ações de uma nova empresa

Rebanho do Independência: no final de junho, o frigorífico tinha R$ 1,5 bilhões em dívidas (Divulgação/Independência/Divulgação)

Rebanho do Independência: no final de junho, o frigorífico tinha R$ 1,5 bilhões em dívidas (Divulgação/Independência/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2010 às 13h37.

São Paulo - O frigorífico Independência SA quer suspender o pagamento de suas dívidas por 60 dias e converter US$ 800 milhões desses débitos em ações de uma nova companhia para evitar a falência.

Um grupo de investidores interessados na reestruturação da empresa tenta aprovar um acordo com outros credores, fornecedores e detentores de dívida para congelar o pagamento dos débitos pelo tempo suficiente para uma avaliação do negócio, segundo Alfredo Chang, representante de um conglomerado familiar da América Latina. Chang, que não quis dizer quem representa, falou em reunião com credores hoje em São Paulo. Caso a proposta não seja aceita, a empresa pode falir, disse o advogado do frigorífico, Luiz Fernando Paiva, durante a mesma reunião.

“A falência do Independência será quase inevitável caso os credores não aprovem o plano de recuperação que estamos apresentando hoje”, disse Paiva.

Em 30 de junho, o Independência, que pediu proteção judicial contra credores em fevereiro de 2009 e interrompeu sua produção no mês passado, tinha dívidas de R$ 1,5 bilhão e caixa de R$ 5,4 milhões. Entre os credores está o Citigroup Inc. Em 30 de setembro, não realizou o pagamento de juros de suas notas sênior com vencimento em 2015. A companhia deveria pagar cerca de US$ 12 milhões a título de juros sobre os US$ 165 milhões da dívida, com rendimento de 15 por cento, segundo dados compilados pela Bloomberg.

O Independência deve R$ 24,9 milhões ao Citigroup, segundo documentos disponibilizados pela Justiça. Com o JPMorgan Chase & Co., a dívida é de cerca de R$ 138 milhões, segundo os documentos.

O frigorífico brasileiro é dono de 14 abatedouros e três armazéns, de acordo com seu website.

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