Painel de cotações na B3: (Germano Lüders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 31 de outubro de 2022 às 10h40.
Última atualização em 31 de outubro de 2022 às 19h39.
O Ibovespa enfrentou um pregão de forte volatilidade nesta segunda-feira, 31, com investidores digerindo o resultado das eleições do fim de semana. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceu por 50,9% dos votos.
O principal índice da B3 abriu em forte queda, puxado pelas ações de estatais, mas virou para o campo positivo puxado pelo resto do índice -- 82 dos 92 papéis que compõem o índice encerraram o dia em alta. Na mínima, o índice caiu 2,1% e, na máxima, saltou 1,94%.
A retomada ao longo do pregão também foi alimentada pela expectativa de definição do plano econômico do novo governo. A especulação é de que o vice Geraldo Alckmin seja o coordenador da transição do governo atual para o de Lula, o que é lido pelo mercado como um sinal de moderação. A falta de resposta do atual presidente Jair Bolsonaro também acalmou, por hora, os temores de uma tentativa de ruptura institucional.
O investidor estrangeiro foi às compras, e o dólar, que foi negociado na máxima do mês frente ao real no início do dia, passou a incorporar perspectivas mais otimistas, firmando-se no campo negativo. A moeda americana caiu 2,5%, a R$ 5,165, após bater a máxima de R$ 5,409 no início do dia. No acumulado do mês, o dólar caiu 4,2%.
"Internamente, o mercado está digerindo o resultado. Mas ainda há dúvidas sobre como será a composição do novo governo", afirmou Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest.
As apostas concentraram-se em ações de consumo. "As expectativas de apoio contínuo à renda e um potencial programa de reestruturação da dívida do consumidor entre as propostas de políticas podem ser vistas como favoráveis ao setor", afirmam analistas do Goldman Sachs em relatório.
As ações de educação também sobem, tendo no radar sinalizações de Lula sobre aumento de incentivos para o FIES. A expectativa de investidores é de que o incremento de resursos ao programa se traduza em maior receita aos grandes grupos do setor.
Na ponta negativa, estatais lideraram as perdas. A maior queda do Ibovespa foi da Petrobras, que caiu mais de 8%. Incertezas sobre a manutenção da política de preços no governo Lula e o fim das esperanças de privatização em uma eventual reeleição de Bolsonaro penalizam o preço da ação. Já os papéis do Banco do Brasil caíram mais de 4%.
O Ibovespa encerrou o último pregão em queda de 0,09%, em 114.539 pontos.