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Ibovespa opera em baixa puxado pela queda de 4% do petróleo; mercado repercute IPCA de agosto

Índice vaio abaixo do esperado e registrou uma deflação, abrindo espaço para discussões sobre a próxima decisão de juros pelo Banco Central (BC)

Ibovespa: mercado repercute deflação do IPCA de agosto (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa: mercado repercute deflação do IPCA de agosto (Germano Lüders/Exame)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 10 de setembro de 2024 às 10h40.

Última atualização em 10 de setembro de 2024 às 13h03.

O Ibovespa abriu a sessão desta terça-feira, 10, em queda de 0,41% aos 134.182 pontos. O grande destaque do dia é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) que veio abaixo do esperado e mostrou uma deflação, o que parece ter agradado o mercado, segundo especialistas. Entretanto, a forte desvalorização do petróleo lá fora limita os ganhos na sessão de hoje.

Ibovespa hoje

  • IBOV: -0,41% aos 134.182 pontos

Repercussão do IPCA

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o IPCA de agosto, na variação mensal, veio em -0,02%, ante o esperado de +0,01% e uma alta de 0,38% em julho. Com isso, a variação dos últimos 12 meses saiu de +4,50% para +4,24%, ante a expectativa de +4,30%. No ano, o IPCA acumula alta de 2,85%.

Na análise de Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, o número pode colaborar com a tese de uma parcela do mercado que acredita que uma manutenção na Selic é o ideal - apesar da maioria ainda precificar uma alta na próxima reunião.

“Com o IPCA melhor que o esperado e em deflação, além de Federal Reserve (Fed, banco central americano) e Europa cortando juros, o Banco Central (BC) deverá ponderar bem se vale a pena dar o aumento que o mercado está pedindo, ou se a manutenção, com o juros já em território restritivo, seria o melhor movimento.”

O destaque positivo do IPCA ficou para habitação, que teve queda de -0,51%, puxada pelo recuo na inflação de energia elétrica. Isso porque houve correção da bandeira, que retornou para bandeira verde. Alimentos também seguiu em queda (-0,44%), influenciado pela desvalorização das commodities – com ênfase para a queda no preço da batata-inglesa (-19,04%) e do tomate (-16,89%).

Do lado negativo, Fernandes avalia que o combustível (+0,61%) segue impactando negativamente e puxando o índice, com a Petrobras (PETR4) negociando acima da paridade internacional, o que refletiu no IPCA de agosto. “O segmento de educação (+0,73%) e artigos de residência (+0,74%) foram os destaques de alta, mas não conseguiram evitar que o índice viesse em deflação.”

Adicionalmente, houve melhora na inflação de serviços, que também desacelerou no mês para +0,24%, bem abaixo dos +0,75% de julho. O grupo é um dos preferidos por parte de alguns analistas de mercado e da autoridade monetária, pontua o economista Andre Perfeito. Segundo o especialista, o grande receio do mercado era que a melhora do mercado de trabalho iria se traduzir em pressões adicionais na inflação de serviços.

Queda do petróleo puxa bolsa para baixo

Apesar da recepção positiva do IPCA pelo mercado, outro driver impacta de forma mais forte a bolsa nesta terça-feira, como a desvalorização do petróleo lá fora. Tanto a referência WTI quanto o tipo Brent caem cerca de 4% (às 13h), o que puxa Petrobras para baixo. As ações ordinárias (PETR3) recuam 2,27% enquanto a preferenciais (PETR4) caem 1,68% no mesmo horário.

Um dos motivos que colaboram para o recuo foi o anúncio da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O grupo informou, em relatório, que manteve a previsão para o aumento da oferta de petróleo fora dos países da Opep+ em 1,23 milhão de barris diários.

Estados Unidos, Canadá e Brasil devem ser os maiores condutores da escalada da produção em 2024, afirmou a Opep. Para 2025, a organização também reiterou a projeção de avanço na oferta global fora da Opep+ em 1,1 milhão de barris diários.

Dólar hoje

O dólar opera, nesta terça-feira, em alta de 1,19% a R$ 5,648. Na última sessão, a moeda fechou em queda de 0,15% cotado a R$ 5,582.

Como é calculado o índice Bovespa?

O principal índice de ações da bolsa brasileira, a B3, o Ibovespa é calculado em tempo real, com base na média do desempenho de uma carteira teórica de ativos, cada um com seu peso na composição do índice.

O Ibovespa funciona como um termômetro do desempenho consolidado das principais ações no mercado, onde cada ponto do Ibovespa equivale a 1 real. Portanto, se o Ibov está em 100 mil pontos, isso significa que o preço da carteira teórica das ações mais negociadas é de R$ 100 mil.

Que horas abre e fecha a bolsa de valores?

O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o aftermarket ocorre entre 17h25 e 17h45. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 16h55.

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