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Ibovespa hoje: índice sobe com blue chips apesar de exterior negativo

No Brasil, IPCA desacelera para próximo de 10% e reforça expectativa sobre fim do ciclo de alta de juros

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 9 de agosto de 2022 às 10h37.

Última atualização em 9 de agosto de 2022 às 17h47.

O Ibovespa encerrou esta terça-feira, 9, em leve alta, impulsionado pelas ações de maior peso e liquidez do índice, as chamadas blue chips.

Uma das maiores altas do índice ficou com os papéis do do Itaú (ITUB4) , que subiram mais de 2% após o banco apresentar seu resultado do segundo trimestre na noite de ontem.

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O banco teve lucro líquido recorrente de R$ 7,679 bilhões, acima do consenso de mercado da Bloomberg para o trimestre, de R$ 7,43 bilhões. O resultado foi classificado por analistas como o melhor até agora entre os bancos brasileiros.

O resultado ajudou a puxar as ações do Banco do Brasil (BBAS3) , o único entre os quatro grandes de varejo que ainda não apresentou balanço do segundo trimestre.

O dia foi também de alta para as duas empresas com maior peso no Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3/PETR4) . Os papéis subiram pelo segundo dia consecutivo com investidores de olho nos dividendos das companhias. As ações passam a ser negociadas “ex-dividendos” – ou seja, sem participação na distribuição – a partir de sexta-feira, 12.

O cenário macroeconômico também trouxe indicações positivas, com a divulgação do IPCA, principal índice de inflação, mostrando melhoras.

Segundo o IBGE, a economia brasileira teve deflação de 0,68% no mês de julho, com a inflação acumulada em 12 meses caindo de 11,89% para 10,07%. A queda foi maior que a esperada para 10,10%.

O número ajudou a reforçar a tese de que a inflação brasileira passa por um declínio, tendo já alcançado o pico em abril, quando o IPCA foi de 12,13%.

"Apesar da redução de impostos ter um impacto pontual de queda da inflação, a expectativa é que o processo de desinflação possa se acelerar daqui para frente, refletindo o aperto monetário em curso e a menor demanda global que tende a tirar grande parte da pressão inflacionária que observamos no último ano", afirmou, em nota, Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter.

A maior expectativa alimenta as esperanças de que o ciclo de alta de juros se encerrou na última semana, com a elevação da taxa Selic para 13,75%.

A ata da última reunião do Copom, divulgada nesta manhã, também foi nesta direção, segundo a economista-chefe do Inter. "Uma eventual nova alta da taxa Selic ocorrerá somente caso haja alguma mudança no cenário, mas que a taxa atual deve ficar elevada por um período 'suficientemente prolongado'."

O movimento positivo para a bolsa local, no entanto, foi freado pelo cenário negativo no exterior, onde ações de tecnologia sofrem na véspera da divulgação do Índice de Preço ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, prevista para quarta-feira, 10.

A expectativa é de uma nova aceleração em julho, com o CPI anual passando de 8,7% para 9,1%. A alta da inflação aumenta a perspectiva de que os juros sigam subindo nos EUA, derrubando as ações. O índice de tecnologia Nasdaq teve a maior queda do dia.

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Ações em destaque

Expectativas sobre os balanços moveram as principais quedas do Ibovespa. Na lanterna, a CVC (CVCB3) caiu mais de 10% nesta sessão, antes da divulgação do resultado previsto para esta noite.

Empresas que estiveram entre as maiores altas dos últimos pregões também figuram entre as maiores quedas, como as do setor de varejo e de crescimento – em linha com as baixas do setor nos EUA.

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