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Ibovespa fecha estável após Focus revisar Selic para cima

Consenso passa a ser de apenas um corte de juro até o fim do ano

Ibovespa: mercado reage projeções mais pessimistas para a inflação (Edson Souza/Getty Images)

Ibovespa: mercado reage projeções mais pessimistas para a inflação (Edson Souza/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 3 de junho de 2024 às 11h06.

Última atualização em 3 de junho de 2024 às 17h44.

O Ibovespa caiu 0,05% e fechou o pregão desta segunda-feira, 3, em 122.032 pontos. O índice abriu em queda, impactado pelas revisões dos analistas do Banco Central que elevaram o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e a Selic no Boletim Focus.

Ibovespa hoje

  • IBOV: -0,18%, aos 121.882 pontos

Pela manhã, o BC divulgou o Boletim Focus desta semana, o que impactou negativamente o índice. O destaque destaque ficou com as novas projeções do IPCA. Pela quarta semana consecutiva, o Focus elevou a projeção para 2024 do IPCA de 3,86% para 3,88%. Já o IPCA para 2025 foi elevado pela quinta semana consecutiva, subindo de 3,75% para 3,77%. A inflação para 2026, por sua vez, subiu pela segunda semana seguida de 3,58% para 3,60%. A de 2027 se manteve em 3,50%.

Destaque também para a elevação da Selic de 2024 e 2025. Neste ano, agora o BC prevê uma Selic em 10,25% frente aos 10% da semana passada. Já a de 2025 passou de 9% para 9,18%. As medianas da taxa básica de juros para 2026 e 2027 se mantiveram inalteradas em 9% cada. As estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) também ficaram inalteradas para todos os anos, em 2,05% (2024) e 2% (2025, 2025 e 2027), assim como para o câmbio, que se mantiveram em R$ 5,05 (2024 e 2025) e R$ 5,05 (2026 e 2027).

Entretanto, dados dos Estados Unidos chegaram a animar o mercado. Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, enfatiza o PMI industrial dos EUA como o ponto alto da sessão de hoje. "Os agentes buscam entender se a economia americana ainda estaria, digamos, excessivamente aquecida para ser compatível com uma possibilidade de corte de juros pelo Fed. Nessa forma, o dado é um dos mais importantes e deve ajudar os investidores a calibrarem expectativas para a trajetória dos juros dos EUA”, pontua o especialista.

E o número veio positivo para o mercado: segundo o Institute of Supply Management (ISM), o PMI caiu para 48,9 pontos em maio, frente aos 49,2 pontos em abril. O dado contraria a expectativa do mercado, mostrando que a atividade industrial dos Estados Unidos está em uma maior contração, o que contribuiu para aumentar as apostas de corte nos juros americanos em setembro.

Hoje também houve a divulgação dos PMIs da zona do euro e da China. Na zona do euro, o indicador subiu para 47,3 em maio, ligeiramente abaixo da estimativa. Já na China, o índice surpreendeu positivamente no mês passado, subindo de 51,4 em abril para 51,7 em maio, o maior nível desde abril de 2022. “O PMI industrial da China mostrou uma aceleração da atividade econômica, uma leitura melhor que a do mês de abril", comenta Mattos.

Vale (VALE3) cai mais de 2%

O contrato de setembro do minério de ferro, o mais negociado em Dalian, fechou em baixa de 2,65%, cotado a 843,5 iuanes ou US$ 116,42 por tonelada, o menor valor desde 17 de abril. Em Cingapura, o contrato futuro para julho caiu 3,3% a US$ 111,35 por tonelada, também o valor mais baixo desde 17 de abril. O movimento impacta Vale (VALE3) que cai 2,04% cotada a R$ 61,91 por volta das 11h.

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