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Ibovespa supera os 164 mil pontos e emplaca 3ª recorde duplo seguido

Bolsa com corte de juros no Brasil e nos EUA no radar, após dados econômicos fracos. Já o dólar fechou em leve queda, praticamente estável

 (Germano Lüders/Exame)

(Germano Lüders/Exame)

Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 18h31.

Última atualização em 4 de dezembro de 2025 às 19h16.

O Ibovespa superou os 164 mil pontos nesta quinta-feira, 4, e emplacou o terceiro recorde duplo consecutivo, embalado pelo avanço de bancos e varejistas e pela leitura de que a desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) abre espaço para o início do ciclo de corte de juros no Brasil.

O principal índice acionário da B3 subiu 1,67% e encerrou as negociações com 164.455 pontos, depois de ter alcançado 164.550 pontos na máxima intraday. A mínima do dia foi 161.759 pontos e o volume de negociação superou os R$ 23 bilhões.

O movimento foi sustentado pelo desempenho positivo generelizado das ações, em especial dos grandes bancos, que subiram em bloco, e das varejistas. Dos 82 papéis que compõem o índice, 66 fecharam em alta e 10 estáveis.

As ações do Magazine Luiza (MGLU3) lideraram o ranking dos mais negociados com alta de 3,47%. E, entre as instituições financeiras, o destaque ficou para o Itaú (ITUB4), que ganhou 2,46%.

O clima de otimismo também foi embalado pela divulgação do PIB do terceiro trimestre, que, embora abaixo das expectativas, reforçou a percepção de enfraquecimento da atividade e aumentou as apostas em cortes de juros pelo Banco Central.

O PIB teve uma variação positiva de 0,1% no terceiro trimestre de 2025, na comparação com os três meses imediatamente anteriores. O resultado ficou abaixo da expectativa do mercado financeiro, que esperava uma alta de até 0,2%.

Pela ótica da produção, houve resultados positivos na Agropecuária (0,4%) e na Indústria (0,8%), mas no lado das despesas, o consumo das famílias ficou praticamente estável, com 0,1%.

Na avaliação de Antonio Ricciardi, economista do Daycoval, essa desaceleração no consumo das famílias reflete o impacto da política monetária.

"O consumo das famílias mostrou uma desaceleração muito forte, o que chama a atenção, com 0,4% na comparação ano contra ano. Esse resultado veio abaixo da nossa expectativa, em torno de 1%. Por outro lado, isso é positivo, em certa forma, para o Banco Central [cortar juros], porque esse dado indica que os efeitos da política monetária restritiva estão sendo sentidos", disse Ricciardi.

Dólar tem leve queda

Enquanto o Ibovespa registra forte alta desde a abertura, o dólar iniciou as negociações próxima da estabilidade, depois recuou mais forte e foi a R$ 5,28, mas terminou o dia praticamente estável, com leve recuo de 0,04%, a R$ 5,31.

A moeda americana passou a cair firme com os investidores repercutindo os dados de pedidos iniciais de seguro-desemprego nos Estados Unidos.

O Departamento do Trabalho do país divulgou que as solicitações somaram 191 mil na semana encerrada no dia 29 de novembro. O resultado representou uma queda sobre a leitura revisada da semana anterior, de 216 mil, e ficou abaixo do consenso dos analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que apontava para 220 mil novos pedidos. Esse também foi o resultado mais baixo desde setembro de 2022.

Bolsas de NY têm desempenho misto

Enquanto a bolsa brasileira subiu forte, os resultados foram mistos entre os principais índices de Nova York. No fechamento, o índice Dow Jones caiu 0,07%. Já o S&P 500 encerrou com alta de 0,11%, e o Nasdaq subiu 0,22%.

Os índices europeus também encerraram em alta nesta quinta, com suporte do forte desempenho do setor automobilístico e da expectativa de corte de juros nos EUA. O índice Stoxx 600 subiu 0,51%; o FSTE 100, do Reino Unido, avançou 0,30%; o DAX, da Alemanha, registrou alta de 0,85% e o CAC 40, da França, subiu 0,52%.

Já as bolsas asiáticas fecharam o dia mistas. O índice Nikkei, do Japão, subiu 2,3%; Na Coreia do Sul, o Kospi caiu 0,2%. O índice Hang Seng, de Hong Kong, terminou o pregão em alta de 0,7%. Na China continental, o Xangai Composto caiu 0,1%, a 3.875,79 pontos, e o Shenzhen Composto perdeu 0,1%. Em Taiwan, o índice Taiex fechou estável.

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