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Ibovespa fecha em queda com pressão de Vale e baixa nas bolsas de NY

Os papéis de parte das grandes empresas do setor bancário também pressionaram o principal índice acionário em dia de baixa liquidez

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 29 de dezembro de 2025 às 18h38.

Última atualização em 29 de dezembro de 2025 às 18h58.

Em um pregão de queda em Wall Street, o Ibovespa acompanhou o exterior e encerrou no vermelho as negociações desta segunda-feira, 29. A principal referência acionária brasileira caiu 0,25%, aos 160.490 pontos.

Dos 82 papéis que compõem o índice, ao menos 51 fecharam em baixa. O índice foi principalmente pressionado para baixo pelo desempenho negativo das ações de grandes de bancos e da Vale (VALE3), que chegou a subir nas primeiras horas de negociação, mas virou para queda.

Os papéis ordinários da mineradora, com direito a voto, caíram 1,53% e chegaram a ser suspensos para leilão logo após a abertura das bolsas nos Estados Unidos. Parte das ações dos grandes bancos também encerram o pregão em queda.

As units do Santander (SANB11), cesta de ordinárias e preferenciais, ficaram entre as maiores baixas do dia, com recuo de 2,68%. As ordinárias do Banco do Brasil (BBAS3) também registraram queda de 0,59% e as preferenciais do Itaú (ITUB4), com prioridade no recebimento dos dividendos, recuaram 0,31%.

Já as units do BTG (BPAC11) fecharam praticamente estável apesar queda na maior parte do dia, com leve recuo de 0,02%. A exceção foram as preferenciais do Bradesco (BBDC4), que subiram 0,49%.

O avanço das ações da Petrobras (PETR 3 e PETR4) também ajudou a limitar um recuo ainda maior do Ibovespa. Mas a maior alta do dia ficou com a Brava Energia (BRAV3), com avanço de 5,01%.

"A Brava não sobe apenas hoje. Estamos vendo um aumento de interesse no papel há algumas semanas. Ela, que era uma das cinco maiores quedas do ano até o começo do mês de dezembro, passou a ter um desempenho bem mais razoável, depois que alguns investidores reavaliaram o preço da ação", afirma Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

"As ações de petróleo também avançam hoje diante de uma alta do preço de petróleo, que chegou a subir mais de 2%", acrescentou o operador.

O dia, contudo, foi de baixa liquidez nos mercados, ou seja, poucos investidores comprando e vendendo e um volume de operações menor que o normal.

Bolsas de NY fecham em queda

Em dia de sessão mais esvaziada pela semana de feriado, o viés também foi de baixa nas principais bolsas de Nova York.

O índice Dow Jones caiu 0,51%, assim como o S&P 500, que anotou queda de 0,35%. O Nasdaq também recuou 0,50%, com pressão das ações de tecnologia.

Dados fiscais no radar

O mercado também repercutiu nesta segunda questões locais. As contas do Tesouro Nacional, incluindo o Banco Central, tiveram superávit primário de R$ 1,114 bilhão em novembro, segundo divulgação do órgão.

Em 2025, o superávit primário acumulado nas contas do Tesouro Nacional, com o BC, é de R$ 244,452 bilhões.

Já as contas do Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) apresentaram déficit primário de R$ 20,2 bilhões em novembro de 2025. No mesmo mês de 2024, o resultado, em termos nominais, foi também deficitário, mas em menor volume, de R$ 4,5 bilhões.

Segundo Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter sobre o Tesouro, o déficit de R$ 20 bilhões do Tesouro em novembro "ficou bem abaixo da nossa expectativa de R$ 13 bilhões", principalmente em razão da redução nas receitas não administradas.

Mesmo assim, o governo prevê terminar o ano cumprindo a meta fiscal, com base nos números de dezembro, que ainda serão fechados. Vitoria pondera, porém, que o rombo das contas públicas deve aumentar em 2026 e ficar próximo de R$ 90 bilhões, superando o resultado de 2024.

"Com a LOA [Lei Orçamentária Anual] aprovada, esperamos novo aumento real das despesas acima de 4% no próximo ano. Mesmo com uma nova rodada de aumento de impostos, a atividade econômica mais fraca pode trazer surpresa negativa para a arrecadação, forçando o governo a revisar novamente a meta fiscal. Nossa expectativa é de uma nova deterioração do déficit, para cerca de R$ 90 bilhões, ou 0,7% do PIB, em 2026", afirmou.

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