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Ibovespa fecha no zero a zero, dividido entre alta da Vale e exterior negativo

Cautela marca o primeiro dia de pregão de junho no mercado internacional; Hypera dispara 7%

Painel de cotações da B3: Ibovespa abre junho em estabilidade (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3: Ibovespa abre junho em estabilidade (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 1 de junho de 2022 às 17h33.

Última atualização em 1 de junho de 2022 às 17h46.

Ibovespa hoje: o principal índice da bolsa brasileira encerrou esta quarta-feira, 1º, perto da estabilidade, abrindo o mês de junho no zero a zero. Durante a maior parte do pregão, o Ibovespa avançou sustentado pelas ações da Vale, descolando, mais uma vez, do clima negativo do exterior. A mineradora, que tem a maior participação na carteira teórica do índice, subiu mais de 2%, com investidores reagindo à quarta alta consecutiva do minério de ferro na China.

  • Ibovespa: + 0,01%, 111.359 pontos
  • Vale (VALE3): + 2,36%

    Os ganhos da mineradora, no entanto, não conseguiram segurar a alta do índice. Nos últimos minutos do pregão, o Ibovespa devolveu os ganhos puxado pelo clima negativo no exterior. 

    Por lá, investidores seguem temerosos com a possibilidade de recessão global. O pessimismo aumentou após Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, dizer que o maior banco dos Estados Unidos está se preparando para um “furacão” na economia global e aconselhar investidores a ficarem alertas.

    • S&P 500 (EUA): - 0,23%
    • Nasdaq (EUA): - 0,08%

    Um dos pontos de atenção destacados por Dimon é o começo da redução do balanço patrimonial do Federal Reserve (Fed, banco central americano). A redução começa neste mês, em um ritmo R$ 47,5 bilhões mensais que seguirá até agosto. Em setembro, o aperto se intensificará para US$ 95 bilhões. Segundo a Bloomberg, o pico do ritmo de redução do balanço em 2017 foi de US$ 50 bilhões por mês.

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    Outro fator de preocupação é a guerra entre Rússia e Ucrânia e seus efeitos sobre as commodities. Um exemplo é o petróleo. Na véspera, a commodity chegou a perder força com notícias sobre a possível saída da Rússia da Opep+, voltou a subir nesta quarta, sendo negociado próximo de próximo de US$ 115 por barril. A retomada aconteceu após líderes europeus concordarem com uma retirada “em fases” de sua dependência do óleo russo. 

    A valorização também acompanhou notícias da China: o fim do lockdown em Xangai aumenta as perspectivas de demanda. Isso afetou não só o petróleo mas também o minério de ferro — tanto é que a Vale foi o maior reforço positivo do Ibovespa no dia.

    Por outro lado, o câmbio não conseguiu escapar do cenário internacional de aversão a risco. O dólar avançou mais de 1% ante o real, em linha com o desempenho forte da moeda americana no exterior.

    • Dólar comercial: + 1,10%, a R$ 4,804

    Destaques de ações

    Em variação, o maior destaque do pregão foram as ações da Hypera, que subiram mais de 7%. A forte alta ocorreu em resposta após o mercado avaliar como “melhor que o esperado” o acordo de leniência firmado com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) para encerrar o processo de corrupção contra a empresa. 

    A percepção é de que o acordo, que prevê pagamento de R$ 100 milhões pelo fundador e maior acionista da companhia, João Alves de Queiroz Filho, reduz o risco de investir na empresa. 

    • Hypera (HYPE3): + 7,89%

    O valor da multa, de R$ 110 milhões, veio abaixo das expectativas, e o pagamento ficará integralmente a cargo do fundador e maior acionista da companhia, João Alves de Queiroz Filho. Na avaliação dos analistas do Morgan Stanley, o imbróglio chega ao fim “sem impacto para a empresa ou demais acionistas”, o que pode destravar valor para a empresa.

    Na ponta negativa, os papéis da Azul lideraram as perdas; a Gol, do mesmo setor, também ficou entre as maiores baixas do dia. Os papéis reagiram à notícia da Folha de que as companhias aéreas estudam ir à Justiça contra a taxa de poluição que será cobrada dos aviões no aeroporto de Guarulhos — o maior do Brasil — a partir de 2023. As ações também são afetadas pela alta internacional do petróleo, que encarece o combustível das aeronaves.

    • Azul (AZUL4): - 5,82%
    • Gol (GOLL4): - 3,86%

    O movimento deveria beneficiar também os papéis da Petrobras, mas a estatal não conseguiu acompanhar os ganhos da commodity por conta de seus riscos políticos. Nesta quarta, as ações da Petro foram excluídas da lista do Morgan Stanley de principais ideias de ações latino-americanas, em meio a preocupações crescentes sobre o risco de interferência do governo na empresa.

    • Petrobras (PETR3): - 0,09%
    • Petrobras (PETR4): - 0,13%

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