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Ibovespa cai com inflação em alta no Brasil e no mundo

Bolsas internacionais operam em queda com temor de aperto na política monetária global

Painel com cotações na bolsa brasileira, a B3  (Germano Lüders/Exame)

Painel com cotações na bolsa brasileira, a B3 (Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 11 de abril de 2022 às 10h28.

Última atualização em 11 de abril de 2022 às 17h02.

Ibovespa hoje: o principal índice da B3 opera em queda nesta segunda-feira, 11,acompanhando as quedas nos mercados globais com investidores preocupados com a inflação – tanto no Brasil quanto no mundo. Por aqui, o IPCA de março surpreendeu o mercado na última sexta-feira e reforçou a expectativa de analistas para novas altas na taxa básica de juros, a Selic.

Juros mais altos aumentam a atratividade da renda fixa e prejudicam o desempenho das ações, em especial as associadas à economia doméstica. Com o movimento, o Ibovespa cai abaixo da marca dos 118.000 pontos.

  • Ibovespa: - 0,78%, aos 117.396 pontos

A queda foi reforçada após o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmar nesta manhã que o BC irá analisar “surpresa” com a inflação, abrindo espaço para uma mudança na trajetória da política monetária brasileira. Vale lembrar que, antes da divulgação do índice, o Banco Central vinha defendendo que a Selic encerraria seu ciclo de alta em 12,75% ao ano. 

No exterior, a disparada dos preços também preocupa. Nesta madrugada, a China divulgou que a inflação ao consumidor subiu 1,5% em março na comparação com o mesmo mês de 2021, com aceleração em relação ao 0,9% de fevereiro.

Porém, as maiores expectativas estão concentradas nos índices de preços da Europa e dos Estados Unidos, que serão divulgados a partir de terça-feira, 12, e podem influenciar as perspectivas sobre o aperto monetário do Federal Reserve (Fed, banco central americano) e do BCE (Banco Central Europeu). 

Com investidores apreensivos, os principais índices americanos recuam, assim como as bolsas europeias.

  • Dow Jones (EUA): - 0,58%
  • S&P 500 (EUA): - 1,10%
  • Nasdaq (EUA): - 1,44%
  • Stoxx 600 (Europa): - 0,59%

O cenário de aversão a risco também impactou o dólar mais cedo, e a moeda chegou a ganhar força no final da manhã. Ao longo do pregão, porém, a volatilidade fez a moeda apagar os ganhos contra o real. Na última semana, o dólar subiu 0,91% contra a moeda brasileira.  

  • Dólar comercial: - 0,21%, aos 4,699 reais

Destaques de ações

O principal destaque de queda do dia são as ações da BRF (BRFS3), que recuam mais de 6% no pregão. Os papéis da companhia foram rebaixados pelo Goldman Sachs, que recomendou a venda das ações. O novo preço-alvo, de 14,50 reais, representa um potencial de baixa de 17% em relação ao último fechamento da ação.

Os analistas do banco, liderados por Thiago Bortoluci, destacaram em relatório que a recente alta dos papéis não deve ser sustentada. Entre os principais desafios estão a inflação sustentada no Brasil e o cenário “desafiador” para o consumo interno. 

  • BRF (BRFS3): - 6,08%

Com a inflação no radar, ações relacionadas ao consumo doméstico também são penalizadas no pregão desta segunda-feira. Cogna (COGN3), Positivo (POSI3) e Petz (PETZ3) lideram as perdas.

  • Cogna (COGN3): - 5,30%
  • Positivo (POSI3): - 4,24%
  • Petz (PETZ3): - 4,23%

O Ibovespa também é pressionado pela queda das ações com maior participação no índice: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3/PETR4). As ações acompanham as baixas, respectivamente, do minério de ferro e do petróleo, que recuam com novos lockdowns na China. 

  • Petrobras (PETR3): - 1,65%
  • Petrobras (PETR4): - 0,79%
  • Vale (VALE3): - 0,78%

Já nas maiores altas, o destaque fica com os papéis da Ambev (ABEV3), com investidores no aguardo do Investor Day da companhia, que será realizado amanhã. O evento deve trazer perspectivas para o futuro da companhia.

  • Ambev (ABEV3): + 3,15%

Já a Braskem (BRKM5) avança após notícia de que a J&F estaria interessada em comprar a totalidade da petroquímica. Segundo a coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, a J&F pretende adquirir a fatia de 36% detida pela Petrobras além dos 38% da Novonor (ex-Odebrecht). 

  • Braskem (BRKM5): + 1,88%
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